CENTRAL DO BRASIL

‘Movimento indígena nunca foi tão forte como agora’, diz pesquisador

Tiago Moreira é antropólogo e autor de publicação que traz dados sobre os povos originários entre 2017 e 2022

Brasil de Fato|Recife(PE) |

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Publicação do ISA reúne dados estatísticos para colocar a "população indígena no mapa" - Mídia Ninja

O Instituto Socioambiental(ISA) lança nesta terça-feira(21), no Sesc 24 de maio, em São Paulo, a 13ª edição do livro Povos Indígenas no Brasil, às 19h.

A publicação histórica, que chega aos 42 anos, tem o objetivo de apresentar informações completas sobre a população indígena no Brasil. Esta edição traz um balanço dos últimos cinco anos, período marcado por instabilidade política e pelo governo Bolsonaro. 

Para falar sobre o lançamento e o conteúdo desta 13ª edição, o Central do Brasil entrevistou o antropólogo Tiago Moreira. Ele é um dos autores do livro e será o mediador da mesa de debates na festa de lançamento da obra, com a presença de lideranças e personalidades indígenas. 

Tiago avalia que, apesar dos retrocessos vividos durante o governo Bolsonaro, o movimento indígena se fortaleceu neste período entre 2017 e 2022, e agora encontra um importante espaço de diálogo dentro do governo federal. 

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“Nunca o movimento indígena foi tão forte como agora. Acho que, com esse novo governo, abre uma oportunidade de diálogo, oportunidade de construção de uma nova política indigenista feita pelos próprios indígenas”, explicou. 

O evento de lançamento contará com a participação das lideranças e ativistas indígenas Txai Suruí, Vanda Witoto, Sandra Benites e Watatakalu Yawalapiti. 

O livro Povos Indígenas no Brasil, organizado pelo ISA, foi criado com o objetivo de colocar os povos indígenas no mapa e apresentar elementos que mostrem a vivência, a contemporaneidade e a experiência do tempo presente destas populações, reunindo estatísticas sobre território, línguas, habitantes e outros indicadores sociais. 

A primeira edição material foi lançada ainda sob a Ditadura Militar, um período em que os povos indígenas foram atacados e negligenciados pelo Estado. 

“Existia um desenvolvimentismo apregoado por este Estado autoritário, que ameaçava exterminar as populações indígenas em diferentes regiões do país. Isso criou um senso de urgência, criou a necessidade de colocar as populações indígenas no mapa, de maneira a resistir a esta máquina desenvolvimentista da Ditadura Militar”,  relembrou. 

A entrevista completa com o antropólogo Tiago Moreira você acompanha na edição desta terça-feira do programa Central do Brasil. 

Assista agora ao programa completo 

E tem mais! 

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O programa Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, às 12h30, pela Rede TVT e por emissoras públicas parceiras espalhadas pelo país. 
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho