Segue no poder

Congresso do Peru rechaça impeachment de Dina Boluarte

Esquerda acusava mandatária de responsabilidade pelas mortes nos protestos

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A presidenta do Peru, Dina Boluarte - Cris Bourncle / AFP

O plenário do Congresso do Peru rechaçou nesta terça-feira (04/04) a primeira moção de vacância apresentada contra a presidente Dina Boluarte.

Com 37 votos a favor, 64 contra e dez abstenções, o Legislativo unicameral peruano decidiu arquivar uma iniciativa apresentada pelas bancadas de esquerda, pela qual se pretendia responsabilizar a mandatária pelas 72 mortes registradas durante os protestos que vêm ocorrendo no país com alguma frequência desde dezembro passado.

A moção de vacância é um instrumento legislativo similar ao processo de impeachment no Brasil. Ademais, foi o instrumento pelo qual o ex-presidente Pedro Castillo foi destituído em dezembro passado [aliás, foi justamente aquele processo de moção de vacância que desencadeou os recentes protestos no país].

A iniciativa contra Boluarte foi apresentada pelos partidos Mudança Democrática, Peru Livre e pela coalizão Juntos Pelo Peru.

A proposta não contou com o apoio dos partidos de direita Força Popular, Avança País e Aliança para o Progresso, que formam a maior bancada do Congresso unicameral do país. Outras forças políticas de centro, como o Partido Morado e o Ação Popular preferiram a abstenção.

De acordo com o regulamento do Congresso, eram necessários 52 votos [de um total de 130 parlamentares], para aprovar a abertura do processo contra Boluarte

Caso o processo avançasse para a votação final, seria preciso 87 votos para determinar a destituição da mandatária.

(*) Com informações do La República.