PREÇOS EM ALTA

Alta da gasolina pressiona e inflação fecha em 0,71% em março

Fim da desoneração concedida por Bolsonaro antes da eleição aumentou combustíveis e contribuiu para alta geral de preços

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Gasolina subiu 8,33% em março e elevou inflação; etanol aumentou 3,2% - pxhere

Os preços dos produtos mais consumidos no Brasil subiram, em média, 0,71% durante o mês de março. A alta foi puxada, principalmente, pelo aumento do preço da gasolina resultante do fim da desoneração do produto concedida pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) pouco antes da eleição do ano passado.

Os dados sobre os preços foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os produtos pesquisados compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.

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Com o resultado de março, o IPCA acumula alta de 2,09% nos primeiros três meses de 2023. Em 12 meses, são 4,65% –dentro da meta de até 4,75% estabelecida para o ano e abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. 

Em março de 2022, a inflação medida pelo IPCA tinha sido de 1,62%. 

De todos os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, o de transporte foi o que mais subiu em março: 2,11%. Dos 0,71% da inflação, 0,43 pontos foram relacionados somente a esse grupo de produtos. Desses 0,43 pontos, 0,39 pontos vieram somente do aumento da gasolina, que subiu 8,33% em março.

O etanol, segundo o IBGE, também subiu 3,2%. “Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais", explicou André Almeida, analista do IBGE.

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Outros grupos que contribuíram com o aumento de preços foram os relacionados à saúde e cuidados pessoais e habitação. Eles subiram 0,82% e 0,57% em março, respectivamente.

Por outro lado, artigos de residência, com baixa de -0,27% no mês, foi o único grupo pesquisado a registrar queda. 

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O preço da alimentação e bebidas subiu 0,05%, permanecendo praticamente estável. A queda da alimentação no domicílio, que passou de 0,04% em fevereiro para -0,14% em março, exerceu grande influência. 

Batata-inglesa (-12,80%) e óleo de soja (-4,01%) tiveram recuos mais intensos na comparação com fevereiro. Cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%) também tiveram redução. Por outro lado, cenoura (28,58%) e ovo de galinha (7,64%) foram os destaques dentre as altas. 

Edição: Vivian Virissimo