Camilo Santana

Ministro da Educação pede união acima de ideologias para conter ataques a escolas

Camilo Santana esteve presente na Comissão da Educação da Câmara, onde falou sobre os recentes episódios

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O ministro Camilo Santana citou algumas medidas que serão tomadas diante dos ataques nas escolas - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu ações interministeriais e suprapartidárias para compreender e dar fim aos ataques em escolas, durante reunião da Comissão da Educação na Câmara dos Deputados, na manhã desta quarta-feira (12). 

“Esse não é um problema que vá se revolver do dia pra noite. Isso é um problema sistêmico da sociedade brasileira. Nós precisamos nos unir para encontrar os melhores caminhos. Nós temos que nos indignar e não aceitar o que está acontecendo nas escolas. Temos que nos unir independente de ideologia, porque o que está em jogo é a vida das pessoas”, disse o ministro.  

O ex-governador do Ceará citou algumas medidas que serão tomadas. Uma delas é o acompanhamento voltado para a saúde mental e apoio psicológico nas escolas, com o apoio do Ministério da Saúde. Outra ação é a ampliação da inteligência sobre as redes sociais para monitorar possíveis ameaças nas escolas, com auxílio dos ministérios da Comunicação e da Justiça.  

“Nós precisamos fortalecer um grande programa psicossocial nas escolas brasileiras. É uma questão que envolve educação e inteligência. É um problema das redes sociais, que nós temos que ter um controle. É preciso regulamentar e ter punição para quem comete crime nas redes sociais."

"Há que ter um serviço de inteligência mais profundo. E é isso que o ministro Flávio Dino imediatamente fez: ampliou uma rede de inteligência nas redes sociais. É necessário construir diálogo dentro das escolas para que a gente possa ouvir os jovens”, afirmou Santana, durante a reunião. 

“O que está acontecendo com a sociedade? Será que nós estamos perdendo os valores de fraternidade? Não é um problema simples. O ataque em Blumenau reflete a realidade de estímulo ao ódio, intolerância, violência e armamento”, argumentou o ministro. 

Ataques 

No total, o Brasil registrou pelo menos cinco ataques em escolas nos últimos 15 dias. Na semana passada, um homem de 25 anos matou quatro crianças ao invadir o Centro Educacional Infantil (CEI) Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, em Santa Catarina. O criminoso atacou as vítimas com um machado e depois se entregou ao 10º Batalhão da Polícia Militar, onde foi preso e encaminhado à Polícia Civil. 

Ainda nesta terça-feira (11), um adolescente de 13 anos feriu com faca três colegas durante um ataque no Colégio Estadual Dr. Marco Aurélio, em Santa Tereza de Goiás. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, os três alunos foram levados imediatamente ao Hospital Municipal Dr. Tarciso Liberte, onde foram socorridos. O agressor foi contido por um auxiliar de serviços gerais e posteriormente preso pela Polícia Militar do estado. 

Um dia antes, na segunda-feira (10), um adolescente havia atacado uma professora e dois alunos à facadas em uma escola particular de Manaus, no Amazonas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado, o estudante portava "armas brancas e coquetel molotov". 

No dia 30 de março, um aluno da escola estadual Palmira Gabriel, em Belém, no Pará, foi esfaqueado por um colega. A vítima foi encaminhada ao Hospital Geral de Belém, e o agressor foi levado para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), da Polícia Civil. Com ele, foram encontradas outras armas brancas. 

Também última semana de março, em São Paulo, um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas, na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. Ele também feriu dois alunos e outras três pessoas. Segundo a polícia, o agressor anunciou o ataque em suas redes sociais. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho