terras são públicas

MST pede que governo do ES evite despejo de famílias que ocuparam latifúndio usado pela Suzano

Decisão judicial acatou pedido da empresa de papel e celulose, que alega ter propriedade sobre a área

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Área ocupada por famílias ligadas ao MST é usada para plantio de eucalipto - MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Espírito Santo acionou o governo capixaba para pedir abertura de diálogo e evitar o despejo de 200 famílias que ocuparam na última segunda-feira (17) uma área de 8.039 hectares no município de Aracruz. A Justiça determinou que a ação de reintegração, pedida pela empresa Suzano Papel e Celulose, aconteça às 16h desta quarta-feira (19).

Documentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostram que a área é pública, de propriedade do Estado do Espírito Santo. A empresa, porém, alega ser proprietária do terreno, o que foi acatado pela Justiça. O MST pede que o Estado retome as terras e as destine à Reforma Agrária, seguindo a legislação brasileira. O terreno está sendo utilizado para monocultura de eucalipto.

:: Entenda por que quando o MST faz uma ocupação não é o mesmo que invasão ::

Como medida mais urgente, o Movimento solicitou ao Estado, responsável pelas polícias que atuam no terreno, que evite o despejo das pessoas que participam da ocupação e abra um canal de diálogo com as famílias e representantes da empresa. 

"Para a Suzano, as florestas são capital natural, voltado à geração de lucro. Para o MST, as florestas e os biomas são bens comuns e precisam estar a serviço dos trabalhadores e das trabalhadoras para produção de alimentos saudáveis, matando a fome do povo brasileiro", disse o MST-ES, em nota.

A ocupação, na última segunda-feira, foi feita no contexto da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que este ano traz o lema "Contra a fome e a escravidão: por Terra, Democracia e Meio Ambiente".

Edição: Nicolau Soares