Após negociação

Reintegração de posse de terreno ocupado pelo MST no Espírito Santo é adiada

Retirada das famílias é marcada para dia 27; área é usada para plantação de eucalipto pela Suzano Papel e Celulose

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Área ocupada por famílias ligadas ao MST é usada para plantio de eucalipto - MST

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Espírito Santo conseguiram o adiamento de uma ação de despejo em um terreno ocupado no município de Aracruz (ES). As cerca de 200 famílias que ocupam área, que é utilizada pela Suzano Papel e Celulose para monocultura de eucalipto, ficarão no local pelo menos até o próximo dia 27 (quinta-feira).

A pedido da empresa, a Justiça chegou a determinar o despejo das famílias, que aconteceria na última quinta-feira (19). Mas, desde então, contando com apoio de parlamentares, o MST conseguiu negociar e evitar a retirada.

:: Entenda por que quando o MST faz uma ocupação não é o mesmo que invasão ::

Na última quinta-feira (20) foram duas reuniões. Na primeira, realizada na sede de um batalhão da Polícia Militar em Aracruz, participaram, além da própria PM, representantes da Justiça, da Defensoria Pública e Secretaria de Estado de Direitos Humanos do governo capixaba, além de representantes da empresa. Nesse encontro, ficou definida a nova data para o despejo.

Segundo o MST, o adiamento da ação de reintegração de posse desagradou os representantes da empresa, que se recusaram a participar da segunda reunião, que aconteceu no mesmo dia, no Palácio Fonte Grande, uma das sedes do governo estadual. 

O segundo encontro contou com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de integrantes de outras instâncias do governo estadual. O MST propôs ao executivo capixaba a busca por áreas de propriedade do Estado para realocação das famílias. Está prevista nova reunião para o próximo dia 25.

A ocupação, na última segunda-feira (17), foi feita no contexto da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que este ano traz o lema "Contra a fome e a escravidão: por Terra, Democracia e Meio Ambiente".

Brasil de Fato entrou em contato com a Suzano Papel e Celulose por meio de formulário disponibilizado pela assessoria de imprensa, mas não recebeu retorno até a publicação da reportagem. Caso a empresa entre em contato, este texto será atualizado.

Edição: Rodrigo Durão Coelho