novos assentamentos

Governo Lula lançará programa emergencial de reforma agrária em maio, diz ministro

Paulo Teixeira, chefe da pasta do Desenvolvimento Agrário, afirmou que projeto está em fase final de desenvolvimento

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Teixeira visitou as instalações da Cozinha Escola inaugurada pelo MST - Priscila Ramos/MST

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse neste sábado (29) que o governo chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai lançar em maio um plano emergencial de reforma agrária.

Presente à coletiva de lançamento da quarta edição da Feira Nacional da Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Teixeira contou ao Brasil de Fato que o plano está em fase final de desenvolvimento.

O ministro não detalhou quantos novos assentamentos serão criados, mas destacou que o projeto será "maior que os planos realizados nos primeiros anos de governo de Lula", entre 2003 e 2010. 

"Já temos áreas desapropriadas que o governo passado deixou de destinar à reforma agrária. O problema nosso é o seguinte: estamos há seis anos sem que nenhum centímetro de terra tenha sido entregue para fins de reforma agrária. Por isso tem um represamento, daí a razão dessas reivindicações dos movimentos", destacou.

Ao citar "reivindicações", o ministro fez referência, principalmente, às ocupações e aos atos realizados pelo MST durante as jornadas de abril. O mês marca o aniversário do massacre de Eldorado do Carajás (PA), em que 19 trabalhadores sem terra foram mortos pela Polícia Militar em 1996.

As áreas ocupadas nas jornadas foram liberadas após negociações que envolveram o próprio governo federal, mas foram usadas como justificativa por deputados de direita para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o MST. Para Teixeira, a CPI não tem razão de existir.

"O protesto foi feito, entregue a pauta, não tem o que investigar. Não tem uma irregularidade, até porque não temos nenhum convênio irregular com o MST", disse neste sábado.

Edição: Cris Rodrigues