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A favor das reformas sociais, Petro pede 'luta permanente' dos colombianos

Após reforma ministerial, presidente afirma que país vive 'momento de mudanças' e que população não deve 'retroceder'

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Petro discursou na sede do governo durante celebrações do Dia do Trabalhador - Reprodução / @infopresidencia

"A tentativa de restringir as reformas pode levar à revolução. O que é preciso é que o povo esteja mobilizado", disse o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, nesta segunda-feira (01/05) ao discursar durante o Dia do Trabalhador. 

Com dificuldades em avançar as reformas que prometeu durante a campanha no Congresso, que vão desde reduzir a participação privada na saúde até a redistribuição de terras improdutivas, Petro disse que não basta ganhar as eleições, que a "mudança social implica em uma luta permanente" da sociedade. 

O mandatário afirmou que essa luta só acontece com o "povo mobilizado", que deve ter na sua linha frente a "juventude e os trabalhadores".

"Não nos deixem sozinhos nestes palácios enormes e frios. Não nos deixem sozinhos perante esses privilegiados. Este é o momento de mudanças e não devemos retroceder", disse Petro, pedindo que os colombianos estejam nas ruas pelas transformações sociais no país. 

Ainda no discurso realizado na Casa de Nariño, sede do governo em Bogotá, capital colombiana, Petro recordou que foram as manifestações e greves na Colômbia contra o ex-presidente Iván Duque que o colocaram no poder. "Graças a essa luta estou aqui", afirmou ele, apontando que aquele "surto social" impulsionou a necessidade de mudança no país.

“Não iremos nem um metro a mais nem um metro a menos do que o povo quer. Mas é preciso uma classe trabalhadora que queira governar", declarou o presidente, convidando os trabalhadores a serem a "primeira linha das lutas pelas transformações da Colômbia”.

População acompanha o discurso do presidente colombiano Gustavo Petro no Dia do Trabalhador em Bogotá, capital do país

O discurso de Petro acontece após mudanças no gabinete ministerial. Na última semana, o presidente, em uma transmissão em rede nacional, anunciou que havia pedido a renúncia de todos os seus ministros, convocando o que chamou de “governo de emergência”.

A medida foi tomada após partidos de centro que apoiavam o governo mostrarem sinais de que votariam contra quatro das reformas impulsionadas por Petro. Para ele, esse “governo de emergência” seria uma gestão leal às reformas que o Executivo busca aprovação no Congresso. 

Além da renúncia, Petro também havia declarado o fim da coalizão com os partidos Liberal, Conservador e o União para o Povo, legendas que apoiaram o presidente a partir do segundo turno das eleições presidenciais, em junho de 2022, e ganharam cargos no governo após o pleito.

Com o anúncio da mudança, foram sete os ministros trocados: no Ministério do Interior, Fazenda, Agricultura, Saúde, Comunicações, Transportes e Ciência e Tecnologia. Também foi anunciado o novo chefe do gabinete da Presidência da República. 

Apesar de ter sido solicitada a renúncia de todos os ministros, apenas os que são militantes dos três partidos de centro deixaram efetivamente seus cargos.