Ataque no Kremlin

Rússia acusa Ucrânia de tentar matar Putin com ataque de drones no Kremlin

Dois drones ucranianos teriam atingido o edifício da residência do presidente russo

Rio de Janeiro |
Fachada da residência do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, em Moscou. - Natalia Kolesnikova / AFP

O serviço de imprensa do governo da Rússia informou nesta quarta-feira (3) que a Ucrânia teria tentado realizar um ataque com dois drones à residência do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin.

"Como resultado de ações oportunas tomadas pelos militares e serviços especiais usando sistemas de radar de guerra, os dispositivos foram colocados fora de ação. Como resultado de sua queda e dispersão de fragmentos, não há vítimas e danos materiais", diz o comunicado.

Um vídeo foi veiculado no canal da rede social Telegram "Vizinhos. Yakimanka-Zamoskvorechye", filmado da Ponte Bolshaya Kamennaya, com o comentário: "O estrondo foi semelhante em força a um trovão".

O Kremlin informou que Putin não foi ferido no ataque e seu horário de trabalho não foi alterado. Foi destacado também que o lado russo se reserva o direito de "tomar medidas retaliatórias onde e quando achar adequado".

Pouco antes do anúncio do Kremlin, o prefeito de Moscou, Serguei Sobyanin, anunciou a proibição de uso de drones na capital a partir de 3 de maio. "A decisão foi tomada para impedir o uso não autorizado de veículos não triplados, o que poderia complicar o trabalho das agências de aplicação da lei", explicou.

O incidente desta quarta-feira foi precedido por notícias de supostos ataques de drones em outras regiões da Rússia, inclusive na região fronteiriça de Bryansk.

Desde o início do ano, especialistas militares têm relatado sobre a instalação de sistemas adicionais de defesa aérea em Moscou. A Ucrânia não reivindicou a responsabilidade pelos ataques de drones em território russo.

Kremlin diz que foi "tentativa de assassinato do presidente"

A tentativa de ataque de drones à residência de Vladimir Putin no Kremlin foi classificada pelas autoridades russas como "um ato terrorista planejado e um atentado contra a vida do presidente da Federação Russa". 

"Consideramos essas ações um ato terrorista planejado e um atentado contra a vida do presidente da Federação Russa, realizado às vésperas do Dia da Vitória, o desfile de 9 de maio, no qual também está prevista a presença de convidados estrangeiros", informou o serviço de imprensa do Kremlin. 

O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, informou que Putin não estava no Kremlin no momento do suposto ataque de drones. De acordo com ele, nesta quarta-feira (3), o presidente russo trabalha em sua residência em Novo-Ogaryovo, perto de Moscou. 

O secretário de imprensa do presidente da Ucrânia, Serhiy Nikiforov, afirmou que seu país não ataca territórios estrangeiros.

"Não temos informações sobre os chamados ataques noturnos ao Kremlin. Mas, como o presidente [Vladimir] Zelensky afirmou repetidamente, a Ucrânia direciona todas as forças e meios disponíveis para a libertação de seus próprios territórios, e não para o ataque de outros", disse Nikiforov.

Edição: Thales Schmidt