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Esposa de Ailton Barros, preso no caso da carteira de vacinação, recebe R$ 22 mil de pensão

No Portal da Transparência Marinalva Barros é citada como "viúva", portanto, recebe benefício, mesmo com marido vivo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
“O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga", disse Ailton - Reprodução

A esposa de Ailton Barros, que atualmente está preso pelo envolvimento no suposto esquema de falsificação de cartão de vacinas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marinalva Leite da Silva Barros recebe R$ 22 mil brutos por mês de pensão militar.

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O nome de Ailton Barros também surgiu em uma troca de áudios entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, também preso por conta do caso, em que os dois estariam armando um golpe de Estado.

No Portal da Transparência, Marinalva Barros é citada como "viúva", portanto, recebe o benefício que, no valor líquido, chega a R$ 14 mil.


Marinalva Leite da Silva Barros recebe R$ 22 mil brutos por mês de pensão militar / Reprodução Portal da Transparência

Ailton Barros foi expulso do exército em 2006, no entanto, esta situação não garante o pagamento de pensão à esposa ou a nenhum outro beneficiário. 

Segundo o artigo 71 do Estatuto dos Militares “a pensão militar destina-se a amparar os beneficiários do militar falecido ou extraviado e será paga conforme o disposto em legislação específica”....


No Portal da Transparência, Marinalva Barros é citada como "viúva" / Reprodução Portal da Transparência

Cartão de vacinação

Preso desde a quarta-feira (4), Ailton Barros está no centro do suposto esquema de falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos.

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Segundo a PF, as adulterações aconteceram para que os envolvidos pudessem embarcar do Brasil para os Estados Unidos, burlando as normas sanitárias vigentes.

Não houve ordem de prisão expedida contra Bolsonaro, mas os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa em Brasília onde o ex-presidente vive desde que voltou ao Brasil. Após a ação dos policiais, Bolsonaro, que teve de entregar seu celular para investigações, disse que "ficou surpreso" com a visita e reforçou o discurso de que não se vacinou.

"Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também. Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte", disse.

Golpe de Estado 

Presos na Operação Venire, que investiga suspeitas de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, o militar da reserva e ex-candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL-RJ) e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid também tramaram um golpe de Estado no Brasil.

A Polícia Federal (PF) interceptou conversas entre os dois, que estão presos preventivamente desde ontem. A CNN Brasil divulgou a transcrição dos áudios nesta quinta-feira (4).

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A conversa ocorreu em 15 de dezembro do ano passado. Ailton disse que era preciso “pressionar” o então comandante do Exército, general Freire Gomes, para que ele “faça o que tem que fazer”.

Além disso, fala em o uso da força, “fora das quatro linhas” da Constituição, jargão utilizado por Bolsonaro. E sugere ainda a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
 

Edição: Lucas Weber