Debate e luta

Abolição que nunca veio: Uneafro promove aulão para debater simbolismo em torno do 13 de maio

Evento vai reunir educadores, estudantes de cursinhos populares, militante e artistas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Abolição não livrou corpos negros da violência e da desigualdade no Brasil - Fernando Frazão / Agência Brasil

Neste sábado (13), a Uneafro realiza um aulão na Universidade de São Paulo (USP) para debater a abolição inconclusa da escravidão no Brasil. O evento coloca em pauta o simbolismo do 13 de maio e a necessidade de reflexão sobre o significado da efeméride.

"Não é uma data para comemoração. É uma data de celebração da luta dos nossos antepassados, que resistiram à escravidão mercantil até seu fim formal. É data de denúncia e de luta contra o racismo que, infelizmente, não foi abolido", afirma Douglas Belchior, cofundador da Uneafro Brasil.

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A iniciativa parte de um movimento cada vez mais forte no Brasil, que questiona a ausência de políticas de reparação e de acesso a direitos básicos para a população preta, após a abolição. O abandono durou mais de um século e mesmo as ações atuais ainda esbarram no racismo estrutural.

Durante todo o sábado, educadores, estudantes de cursinhos populares, militantes do movimento negro e artistas participam de debates, saraus e apresentações. Entre os presentes, estarão o escritor Sérgio Vaz e os artistas MC DG, Brisa Flow e DJ Esteves.

O evento também será palco da entrega do Prêmio Marielle Franco de Direitos Humanos, que reconhece trabalhos realizados nas comunidades. Haverá ainda uma caminhada dos jovens pela cidade universitária. As atividades começam as 8h30 da manhã, no Vão da História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Edição: Nicolau Soares