Mais controle

Desmatamento na Amazônia cai em abril 67,9% em relação a 2022 e chega à menor taxa em 3 anos

Monitoramento do INPE registrou 329 km² de desmatamento na região, número ainda considerado alto por especialistas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Garimpo no rio Uraricoera, na Terra Indígena Yanomami: aumento da fiscalização ajuda a explicar queda no desmatamento - Bruno Kelly/Amazônia Rea/HAY

O desmatamento na Amazônia caiu 67,9% em abril em comparação com o mesmo mês de 2022 e atingiu a menor marca dos últimos três anos. É o que apontam dados do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (12). 

Foram registrados 329 km² de alertas de desmatamento. Amazonas (89 km²), Pará (86km²) e Mato Grosso (80km²) foram os estados com mais alertas em abril de 2023. 

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De acordo com análise do Greenpeace Brasil, a queda pode ter sido influenciada por ações governamentais, como as ações contra o garimpo ilegal e exploração ilegal de madeira e outros crimes ambientais. A ONG também destaca um aumento significativo no número de atividades de fiscalização, resultado da reestruturação nos órgãos de controle.

Um exemplo é o aumento da fiscalização contra o garimpo ilegal. Foram 121 multas aplicadas pelo governo Lula entre janeiro e abril deste ano, contra 71 da gestão Bolsonaro em 2022 - um aumento de 70%. O combate ao garimpo na Terra Indígena Yanomami foi um dos focos deste início de governo.

A queda de abril, no entanto, deve ser vista com cautela, de acordo com Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil. "Se considerarmos o período fiscal do desmatamento que determina a taxa oficial publicada anualmente, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023, este acumulado até abril, em comparação com os anos anteriores, é o maior da série histórica iniciada em 2015, registrando 5.977 km² de alertas de desmatamento", analisa.

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Edição: Nicolau Soares