Adeus PPI?

Petrobras confirma que avalia mudar política de preços de combustíveis nesta semana

Alinhamento direto ao mercado internacional, adotado após o golpe contra Dilma, pode deixar de ser adotado pela empresa

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Direção da Petrobras vai avaliar mudança na política de preços - Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras confirmou, no último domingo (14), que está realizando discussões internas sobre possíveis alterações na política de preços para o diesel e a gasolina. A empresa pode deixar de aplicar a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, e que deixou o combustível mais caro para os consumidores em troca de pagamento de dividendos astronômicos a acionistas.

Em nota publicada em seu site, a companhia disse que sua Diretoria Executiva vai discutir o assunto no início desta semana, e que isso "poderá resultar em uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina". A Petrobras garantiu que "eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis".

Na última sexta-feira (12), o presidente da empresa, Jean Paul Prates, tinha adiantado que haveria discussões para reavaliação dos preços dos combustíveis nesta semana. Em entrevista coletiva, ele não deu detalhes sobre as eventuais mudanças, mas disse que a situação será intermediária entre os anos de 2006 e 2007, quando não houve qualquer reajuste; e 2017, quando os preços mudaram nada menos que 118 vezes.

Prates afirmou a Petrobras vai buscar um equilíbrio entre o mercado internacional e a competitividade no país. "Antes (com o PPI), a Petrobras estava abdicando das vantagens nacionais que possui. Nós temos, por exemplo, refinarias ao lado do nosso cliente principal. Tudo isso faz parte de um modelo de preço empresarial e nós o apresentaremos melhor na semana que vem", disse, lembrando quedas de 23% no preço do diesel e 4% no da gasolina em pouco mais de três meses.

Edição: Rodrigo Durão Coelho