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Arthur Maia, do União, será presidente da CPMI dos atos golpistas; Eliziane Gama, a relatora

Inicialmente, os deputados e senadores têm 120 dias para realizar os seus trabalhos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Os congressistas terão poderes semelhantes às atribuições de autoridades policiais - Pedro França/Agência Senado

Nesta quinta-feira (25), o Congresso Nacional instalou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, praticados em 8 de janeiro. Os parlamentares elegeram o deputado Arthur Maia (União-BA) para a presidência da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para a relatoria e Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) para as vagas de primeiro e segundo vice-presidente, respectivamente. 

Inicialmente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalhou contra a instalação da comissão, mas recuou diante da divulgação das imagens do agora ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, dentro do Palácio do Planalto durante a invasão dos bolsonaristas. A partir disso, a base governista trabalhou para conseguir assentos na comissão. 

As audiências devem ser marcadas pelas tentativas da oposição em responsabilizar o governo Lula pelas invasões, por lado. Por outro, a base governista trabalhará para comprovar a participação de bolsonaristas nos atos. Inicialmente, os deputados e senadores têm 120 dias para finalizar a CPMI, mas o prazo pode ser prorrogado por mais 60 dias. 

A CPMI é composta por 16 senadores e 16 deputados e seus respectivos suplentes. 

Os congressistas, a partir dos requerimentos apresentados, terão poderes semelhantes às atribuições de autoridades policiais, como determinar diligências, fazer audiências públicas, convocar depoimentos, determinar prisões em casos de flagrante delito e quebrar sigilos bancário, fiscal e telemático. 

Ao fim da CPMI, os parlamentares votam o relatório produzido pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Se aprovado, o documento pode ser encaminhado como um parecer às autoridades judiciais ou até mesmo ser base para um projeto de lei. Se houver indicação de crime, o relatório pode ser enviado ao Ministério Público. 

O relatório produzido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), após a CPI da Pandemia, por exemplo, acusou formalmente o então presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade. 

Entre os senadores titulares, estão: 

Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) 
Marcelo Castro (MDB-PI) 
Soraya Thronicke (União-MS) 
Davi Alcolumbre (União-AP) 
Marcos do Val (Podemos-ES) 
Cid Gomes (PDT-CE) 
Eliziane Gama (PSD-MA) 
Omar Aziz (PSD-AM) 
Otto Alencar (PSD-BA) 
Fabiano Contarato (PT-ES) 
Rogério Carvalho (PT-SE) 
Ana Paula Lobato (PSB-MA) 
Eduardo Girão (Novo-CE) 
Magno Malta (PL-ES) 
Esperidião Amin (PP-SC) 
Damares Alves (Republicanos-DF) 

Já entre os deputados titulares, estão: 

Arthur Oliveira Maia (União-BA) 
Duarte (PSB-MA) 
Amanda Gentil (PP-MA) 
Carlos Sampaio (PSDB-SP) 
Duda Salabert (PDT-MG) 
Paulo Magalhães (PSD-BA) 
Rafael Brito (MDB-AL) 
Aluisio Mendes (Republicanos-MA) 
Rodrigo Gambale (Podemos-SP) 
Fernandes (PL-CE) 
Delegado Ramagem (PL-RJ) 
Filipe Barros (PL/PR) 
Rubens Pereira Júnior (PT-MA) 
Rogério Correia (PT-MG) 
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) 
Erika Hilton (PSOL-SP) 

Edição: Rodrigo Durão Coelho