EFERVESCÊNCIA

ProjetoBH Anos 10 resgata memórias de luta da última década na capital mineira

Entre 2010 e 2019, a capital mineira foi marcada por movimentos artísticos e culturais que mudaram a cara da cidade

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Um dos períodos que BH mais evoluiu culturalmente e politicamente na história foi na chamada década de 10 do século XXI - Foto: Instagram/ BH anos 10

“Esse foi um período no qual a arte, o ativismo, a juventude e os movimentos culturais transformaram o panorama da cidade”, conta Artênius Daniel, idealizador do projeto BH Anos 10. A iniciativa tem o objetivo de contar a história de um dos períodos mais efervescentes na capital mineira, os anos entre 2010 e 2019.

O projeto existe há quatro anos e, agora, lançou uma plataforma digital para ajudar no processo de resgate histórico. Assim, o site do BH Anos 10 coleta relatos, memórias, fotografias, vídeos, curiosidades e documentos de pessoas que vivenciaram a década na cidade.

Foi nesse período, por exemplo, que Belo Horizonte construiu com muita manifestação popular o seu carnaval de rua. O processo foi fundamental para que, nos dias de hoje, a capital mineira, que já foi conhecida por ter poucas opções de atividades carnavalescas, seja considerada uma das cidades que organizam as maiores festas do país.

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“O carnaval de BH, que hoje é o terceiro maior do planeta, vem de um movimento urbano, de um carnaval de rua que foi retomado nas regiões centrais da cidade, a partir de grupos que defendiam a ocupação dos espaços públicos", conta Artênius.

Nessa década, a cidade também foi marcada por uma ascensão do movimento hip-hop e se constituiu como uma das principais referências nacionais da cena do rap.

“O momento da cultura preta, do hip-hop, começa também com uma ocupação cultural de rua, o Duelo de MCs. Isso cresce e se transforma numa cena muito forte, que atualmente é determinante para a cidade e que contaminou outras cenas culturais, como a da arte urbana e do grafite”, relembra o idealizador do projeto.

Além disso, o período foi marcado por uma série de ocupações urbanas de moradia, manifestações de rua, como as jornadas de junho de 2013 e os atos “Ele não” em 2018, além do surgimento de fóruns que debatem o direito à cidade.

A efervescência dessa década, na avaliação de Artênius, representa um marco de mudança de como a capital mineira se organiza e se relaciona com a sua população.

“Toda essa mobilização de rua, que envolveu grupos diversos, foi quando Belo Horizonte começou a deixar de ser essa cidade com cara de ‘muito planejada e pronta’ e passou a ser uma cidade mais plural, mais colorida, com o protagonismo de novos personagens e com a entrada de novos sujeitos, que não estavam representados, na política”, avalia.

Após reunir os relatos e materiais, o BH Anos 10 irá publicar um catálogo que conta a história desse período.

 

Serviço

Site BH Anos 10

Coleta de memórias, fotos e vídeos da última década

Público alvo: População em geral de BH

Endereço: bhanos10.com

Redes sociais: instagram.com/bhanos10 | facebook.com/bhanos10

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa