Decisão popular

Direita ganha espaço em eleições regionais na Espanha

Tanto o tradicional Partido Popular quanto o extremista Vox aumentaram significativamente seus votos

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Celebração dos resultados na sede do PP, em Madri, na Espanha - Javier Soriano / AFP

As eleições municipais e regionais ocorridas neste domingo (28/05) na Espanha tiveram dois vencedores, ambos do setor de direita.

O Partido Popular (PP), legenda mais tradicional da direita espanhola, e o Vox, representante da extrema direita, terminaram a jornada eleitoral com um número expressivo de votos, muito maior que o alcançado no pleito anterior, realizado em 2019.

No caso das eleições das comunidades autônomas, o grande vencedor foi o PP.

Das 12 comunidades [de um total de 17 em toda a Espanha] que realizaram sua eleição neste domingo, o PP venceu em 7: Aragón, Baleares, Cantábria, Múrcia, Valência e na Comunidade de Madri.

As vitórias mais importantes foram em La Rioja, Aragón, Baleares e Valência, que eram governadas pelo Partido Socialista Operário da Espanha (PSOE), o mesmo do presidente Pedro Sánchez.

Também é bastante significativa a vitória na Comunidade de Madri, onde o PP elegeu Isabel Díaz Ayuso em 2019, com uma pequena margem e graças a uma polêmica aliança com outros partidos de direita [não só o Vox como também o ultraliberal Ciudadanos, espécie de Partido Novo da Espanha].

Desta vez, o PP sozinho obteve a maioria absoluta dos votos, sem precisar de alianças, o que fortalece a figura de Ayuso a nível nacional.

Por sua vez, o PSOE manteve o governo das comunidades de Astúrias, Castilla, Extremadura e Ilhas Canárias.

No caso da comunidade de Navarra, outra derrota do PSOE, que perdeu o governo local, não para o PP, mas para o União do Povo de Navarra (UPN), um partido regionalista de direita.

Eleições municipais

No caso das disputas municipais, outro triunfo significativo do PP, que conquistou as principais cidades do país, incluindo Almeria, Cádiz, Málaga Sevilha e Zaragoza.

Outra eleição importante para a direita foi a de Barcelona. Não graças ao PP, mas ao Junts, legenda defensora do independentismo catalão, que elegeu Xavier Trias, ex-prefeito que volta ao poder depois de oito anos de governo de Ada Colau, prefeita símbolo do partido progressista Unidas Podemos.

Vale destacar que o pleito deste domingo marcou uma derrota significativa dos partidos nascidos do movimento dos Indignados: tanto o Unidas Podemos [esquerda] quanto o Ciudadanos [direita] diminuíram significativamente sua quantidade de votos, e ficaram com menos de um milhão cada um na contagem nacional.

O PP foi o partido que angariou mais votos na jornada, superando os 7 milhões, muito mais que os 5,1 milhões obtidos em 2019. O Vox duplicou a quantidade de votos de quatro anos atrás, quando obteve 800 mil votos, ao ficar com mais de 1,6 milhão neste domingo.

Por sua parte, o PSOE registrou uma pequena queda na sua votação, 6,3 milhões de votos em 2023, contra 6,7 alcançados em 2019.

O cenário mostrado nestas eleições regionais e municipais mostra um panorama bastante complexo para uma esquerda que terá apenas alguns meses para se preparar para as eleições gerais, quando precisará manter o poder conquistado há quatro anos e reeleger Sánchez, na disputa contra o líder do PP, o senador Alberto Núñez Feijóo.

A data dessas eleições ainda não foi estipulada. O Junta Eleitoral Central da Espanha (JEC) deve anunciar, nas próximas semanas, em qual domingo de novembro ou de dezembro de 2023 será realizado o pleito.

(*) Com informações de Público e El Mundo.