ATAQUE AOS INDÍGENAS

Marco Temporal: veja como votaram os parlamentares de Pernambuco

Conservadores como Clarissa Tércio (PP) e André Ferreira (PL) votaram a favor; No total, 12 votaram a favor e 12 contra

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O placar da votação foi de 283 votos favoráveis a 155 contrários - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Câmara Federal aprovou na noite desta terça-feira (30) o Projeto de Lei 490/07, conhecido como PL do Marco Temporal. O texto prevê a aplicação da tese marco temporal na demarcação de terras indígenas. O placar foi de 283 a 155.

Leia: PL 490: se virar lei, marco temporal dará a invasores direito sobre as terras indígenas

Em Pernambuco, 12 parlamentares votaram a favor do projeto, e 12 contra. Apenas as bancadas do PT, PSOL, PCdoB e Rede votaram nacionalmente em bloco contra o projeto, e em Pernambuco, alguns deputados do PV, PSB, MDB, Solidariedade, Republicanos e Rede também foram contrários.

:: Governo vai ao STF por demarcação nos Povos Indígenas, Dallagnol é intimado a depor e mais ::

Nenhum dos destaques ao projeto colocados pelos deputados defensores dos indígenas foi aprovado. Confira como votaram os deputados e deputadas federais de Pernambuco: 

Votaram a favor do Marco Temporal 

André Ferreira (PL) 

Augusto Coutinho (Republicanos) 

Clarissa Tércio (PP) 

Coronel Meira (PL) 

Eduardo da Fonte (PP) 

Fernando Coelho (União Brasil) 

Fernando Monteiro (PP) 

Fernando Rodolfo (PL) 

Lula da Fonte (PP) 

Mendonça Filho (União Brasil) 

Pastor Eurico (PL) 

Waldemar Oliveira (Avante) 

Votaram contra o Marco Temporal 

Carlos Veras (PT) 

Clodoaldo Magalhães (PV) 

Eriberto Medeiros (PSB) 

Felipe Carreras (PSB) 

Guilherme Uchoa (PSB) 

Iza Arruda (MDB) 

Lucas Ramos (PSB) 

Maria Arraes (Solidariedade) 

Pedro Campos (PSB) 

Renildo Calheiros (PCdoB) 

Silvio Costa Filho (Republicanos) 

Túlio Gadêlha (Rede) 

Abstenções/Ausências

Luciano Bivar (União Brasil) 

O que é o Marco Temporal

A aprovação significa que novas terras só podem ser demarcadas se ocupadas por povos indígenas na data da promulgação da Constituição de 1988. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 60% das 1,4 mil terras indígenas brasileiras não são regularizadas.

:: Sob protestos dos povos originários, Câmara aprova PL do Marco Temporal ::

Quase 600 não tiveram sequer o processo de demarcação iniciado. Se virar lei, o marco temporal será o principal argumento de fazendeiros e grandes empresas para questionar as demarcações ainda não concluídas.

O marco temporal estabelece uma data fixa para definir quais terras são indígenas. O critério, porém, não é a chegada dos portugueses, mas sim a data em que a Constituição Federal entrou em vigor. As comunidades que não estivessem em seus territórios em 8 de outubro de 1988 teriam, portanto, seus direitos territoriais cassados.

Leia: Indígenas são reprimidos pela PM em ato contra marco temporal na rodovia dos Bandeirantes em SP

O projeto agora vai ao Senado. Analistas acreditam que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, não tem a mesma pressa de Lira para votar o Marco Temporal. A legalidade da proposta será analisada pelo Supremo Tribunal Federal já no mês de junho. 

Fonte: Brasil de Fato

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga