Atos golpistas

Parlamentares aprovam plano de trabalho da relatora da CPMI do 8 de janeiro Eliziane Gama

Os requerimentos apresentados pela congressista deverão ser apreciados na próxima semana

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Por 18 votos a 12, congressistas aprovaram texto, mas requerimentos serão apreciados somente na próxima semana - Geraldo Magela/Agência Senado

Por 18 votos a 12, o texto do plano de trabalho da relatora Eliziane Gama (PSD-AM) foi aprovado entre os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. No documento, a senadora propôs requerimentos para que 36 nomes sejam interrogados pelo colegiado. A apreciação desses pedidos, no entanto, será feita na próxima semana, em audiências nos dias 13 e 15 de junho, ambas às 9h. 

Entre os indicados pela senadora, estão Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF, Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).  

A lista demonstra a intenção da relatora de ouvir pessoas capazes de contribuir não apenas para esclarecer os responsáveis pelos atos golpistas que resultaram na invasão e danos aos prédios dos Três Poderes em Brasília, mas também pessoas relacionadas aos eventos que precederam o dia 8 de janeiro. "É essencial esclarecer as ações que ocorreram antes e levaram à invasão dos prédios, à destruição de propriedade e à agressão a funcionários públicos", afirma Gama. 

Confira os nomes que foram alvos de requerimento: 

Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira Sousa: condenados por implementar uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília;

Wellington Macedo de Souza: bolsonarista foragido desde o fim do ano passado acusado de planejar o atentado a bomba nas proximidades do aeroporto;

Jeferson Henrique Ribeiro Silveira: o motorista do caminhão-tanque no qual foi acoplada a bomba; 

Edilson Antonio Piaia: suspeito de usar frota de caminhões para fechar rodovias e para participar de manifestações de caráter golpista em Brasília; 

José Carlos Pedrassani, Diomar Pedrassani e Leandro Pedrassani: a família Pedrassani enviou um Scania de Mato Grosso para Brasília e doou cerca de R$ 90 mil para a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), segundo apuração do Metrópoles; 

Joveci Xavier de Andrade: suspeito de ter financiado acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército; 

Argino Bedin e Roberta Bedin: ambos suspeitos de financiarem o ato golpistas. A família Bedin, tradicional do agronegócio de soja em Mato Grosso, doou R$ 160 mil a Bolsonaro, segundo apuração do Estadão; 

Adauto Lucio de Mesquita: empresário bolsonarista que já admitiu ter financiado tenda do acampamento golpista em Brasília; 

Ainesten Espírito Santo Mascarenhas: empresário, cuja empresa é suspeita de crime ambiental e superfaturamento, suspeito de ser financiador; 

Albert Alisson Gomes Mascarenhas: participou do ato golpista e publicou sua atuação nas redes sociais; 

Ailton Barros: ex-major próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro; 

Anderson Torres: ex-secretário de Segurança Pública do DF; 

General Augusto Heleno: ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional; 

Antônio Elcio Franco Filho: coronel e ex-integrante do governo Bolsonaro; 

Fábio Augusto Vieira: ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal; 

Fernando de Souza Oliveira: ex-secretário Executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; 

Gustavo Henrique Dutra de Menezes: ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP); 

Jorge Eduardo Naime: ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal; 

Jorge Teixeira de Lima: delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF); 

Júlio Danilo Souza Ferreira: ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; 

Leonardo de Castro Cardoso: diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal; 

Marcelo Fernandes: delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF); 

Márcio Nunes de Oliveira: ex-diretor-geral da Polícia Federal; 

Marco Edson Gonçalves Dias: ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 

Marília Ferreira de Alencar: então Subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; 

Mauro Cesar Barbosa Cid: tenente-coronel do Exército e próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro; 

Milton Rodrigues Neves: delegado da Polícia Federal; 

Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra: coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da PMDF; 

Ricardo Garcia Cappelli: hoje secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (interino) e ex-interventor Federal na Segurança Pública do Distrito Federal; 

Robson Cândido da Silva: delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF); 

Silvinei Vasques: ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal; 

Valdir Pires Dantas Filho: perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). 

Edição: Rodrigo Durão Coelho