ORGULHO

Com ministro Silvio Almeida e vaias a Bolsonaro, Parada LGBT+ arrasta multidão em SP

Edição deste ano pautou a luta por direitos e políticas sociais, com expectativa de reunir 4 milhões de pessoas

Brasil de Fato| Recife (PE) |
Movimentou cobrou este ano direitos e políticas públicas por inteiro, e não pela metade - Fotos: Junior Lima @xuniorl

A 27ª edição da Parada LGBT+ arrastou uma multidão, neste domingo (11), em São Paulo. Este ano, além de celebrar a diversidade, o movimento cobrou direitos sociais e políticas públicas, com foco na visibilidade desta população na assistência social. O lema da Parada foi "Queremos políticas sociais LGBT+ por inteiro e não pela metade"

O ato contou com vaias ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a presença do Zé Gotinha em um dos trios elétricos e a participação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. 

Em manifesto, a Parada cobrou um aperfeiçoamento do Sistema Único da Assistência Social e a inclusão de famílias LGBT+ nos principais programas sociais do governo federal. 

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"A maior parte dos seus planos, programas, projetos, serviços e benefícios são disfarçadamente direcionados às famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais. Essas distorções ficam evidenciadas quando procuramos fazer parte desses programas, que possuem requisitos quase sempre inalcançáveis pelas genealogias LGBT+. Não existe um olhar específico para essa comunidade, que sobrevive em um país que viola suas vidas", diz o manifesto. 

Symmy Larrat, secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, defendeu que o governo federal seja mais sensível às reivindicações do movimento. 

"A Parada é o momento em que vamos às ruas para lutar contra uma narrativa que nos mata, que diz que nós temos que ter vergonha de ser quem somos. Por isso, é importante a narrativa do orgulho, nós temos que ter orgulho de ser quem somos”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil. 


O tema da educação também entrou na pauta de reivindicação da 27ª Parada LGBT+ em São Paulo / Fotos: Junior Lima @xuniorl

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, participou da abertura e deixou uma mensagem sobre a importância do Estado na promoção dos direitos da população LGBT+. 

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"Todas as pessoas que estão aqui devem ter muito orgulho de estarem vivas, apesar de um mundo que as violenta. Depois de todos esses anos que vivemos, estamos fazendo uma grande virada. O que se demanda aqui não é favor, é dever do Estado brasileiro, e estou aqui como representante do governo. É dever do Estado zelar pela saúde e garantir educação e que todas as pessoas tenham acesso a emprego e renda de forma digna.", discursou.

O clima de festa prevaleceu ao longo do evento. A Parada se concentrou na Avenida Paulista, às 10h, e seguiu em direção à Praça Rooselvet, no centro da cidade. Ao todo, foram 19 trios elétricos. Nomes como Pablo Vittar e Daniella Mercury animaram a festa. A expectativa da organização era reunir 4 milhões de pessoas ao longo do dia. 

Edição: José Eduardo Bernardes