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Hegemonia do capital

Artigo | Ser governo é o projeto?

"Um governo deve ser visto como uma ferramenta muito potente de mudar certos rumos na história da sociedade"

13.jun.2023 às 15h08
Porto Alegre
Frederico Lemos
ilustração neoliberalismo

"O pior dano do neoliberalismo, contudo, foi o de ter corrompido mais ainda as sociedades, isto é, contribuiu para a degradação mental e ética do povo" - Créditos da ilustração : Manual de Codicia

Para muitos – e muitas – talvez esse texto traga obviedades, porém acredito que existem certos assuntos em que deve ser reiterada aquela máxima "às vezes o óbvio precisa ser dito", constantemente, pra que não percamos de horizonte as principais questões e desafios.

Primeiro vamos enquadrar o conceito que será utilizado mais centralmente: hegemonia. É basicamente a legitimação de uma dominação ideológica assumida como condutora da organização social. A disputa de hegemonia – tão bem difundida por Gramsci – requer compreender uma série de fatores, sendo que em cada um deles existe uma gama de camadas sociopolíticas que precisamos ter em mente.

O Estado é um desses fatores. Quando pensamos nas suas disputas, uma dessas camadas são os poderes (Legislativo e Executivo, por exemplo), mas não é a única. Outras camadas em disputa que não podemos perder de vista são a ocupação do aparato estatal, sua forma organizativa e sua concepção enquanto entidade que direciona a sociedade, entre outras possibilidades.

A sociedade também é outro fator na disputa da hegemonia. Quais seus princípios e valores enquanto grupo, quais suas demandas e necessidades, quais podem ser seus direitos e deveres, quais são ou poderiam ser suas percepções sobre diferentes áreas da vida, como família, trabalho, consumo. Enfim, essas, e outras, são camadas do conceito de sociedade que precisamos ter em mente.

Portanto disputar hegemonia não é a mesma coisa que disputar – ou conquistar – maioria. A maioria é temporária, é efêmera, é baseada em interesses de momento. Sob o princípio da maioria, tu poderá vencer algumas batalhas, mas nunca a guerra, e essa é a grande diferença entre ganhar uma eleição ou ter uma maioria na visão de mundo, de ordem social.

O capitalismo, que é baseado em um sistema econômico que organiza a sociedade, detém a hegemonia mundial, incluindo o Brasil. Seus mentores e a classe dominante que o colocou em prática conseguiram instituir uma lógica de perpetuação e preservação do sistema, por meio de diversos instrumentos ideológicos. As leis, as instituições bancárias/financeiras, a ideia de "livre mercado", as convenções e costumes sociais, a educação e com ela os valores, e também, na maioria do tempo, o viés do Estado enquanto um regulador da ordem dominante.

Claro que durante todo esse tempo que o capitalismo está em rota já houveram mudanças, avanços e recuos por parte do próprio sistema, dependendo das correlações de forças postas no país e no mundo. Mas o sistema tem uma nitidez de quais são os seus pilares estratégicos, e mesmo nos seus recuos nunca abriu mão destes, para a própria proteção dos que se beneficiam com essa concepção de mundo, de sistema social.

O capitalismo sabe que sempre haverá uma “doutrinação” nos rumos das sociedades. Por que a propriedade privada é um princípio do capital? Ou por que isso não é recorrentemente questionado? Por que a ideia do lucro acima da dignidade humana é aceita? Por que a tendência ao monopólio é naturalizada ao mesmo tempo que se incentiva que todos se tornem empreendedores?

Todas essas perguntas, na verdade, permeiam o próprio capitalismo em sua contradição, porém poucas vezes são questionadas enquanto contradições estruturantes de um sistema que exclui e oprime. Essa baixa intensidade de criticidade, essa naturalização da existência desse sistema e como ele opera, é parte da sua dominação hegemônica.

Existe uma frase que circula por aí que eu gosto, porque acredito que ela sintetiza bastante, que diz: o mercado transforma tudo em mercadoria. Ou seja, tudo se torna um objeto de valor econômico de compra ou venda. Nossa força de trabalho, que nada mais é que a nossa energia, nossa inteligência e nosso tempo de vida, para o capital, é apenas mais um objeto para sua produção. Por que isso não incomoda a massa trabalhadora? Ou se incomoda, por que isso não a revolta?

O governo não deve ser considerado o fim do percurso, o objetivo final, e acho que muita gente percebe isso, mas ele também não deve ser visto como um suavizador da exploração do capital sobre o seu povo. Um governo deve ser visto como uma ferramenta muito potente de mudar certos rumos na história da sociedade. Pra isso requer nitidez de como atacar, de onde atingir e pra onde queremos avançar.

Instrumentos ideológicos devem ser disputados ou produzidos para confrontar a ideia de que o capitalismo é a única alternativa: aprimorar a regulação de cooperativas, mas também aumentando a fiscalização e o financiamento público sobre elas; aumentar valores de financiamento da imprensa alternativa não apenas com publicidade, dando maior poder em narrativas contra-hegemônicas, assim como da mídia de forma geral; auxiliar na estruturação e financiamento de moedas locais, entre outros exemplos de iniciativas que rompam a lógica.

Estruturar e viabilizar Poder econômico aos oprimidos é o que o capital mais teme, porque esse Poder é a maior ferramenta de opressão da classe dominante. Caminhar para um pós-capitalismo se faz cada vez mais urgente, tanto pelo planeta, quanto pela humanidade. Programas de governo ajudam a mostrar o nosso lado, mas não mudam consciências para uma nova hegemonia, somente a prática ousada de novas formas de construir outra sociedade contribuirá pra superar o sistema financista.

* Servidores público, bacharel em Administração Pública e Social

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


Editado por: Marcelo Ferreira
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