Sul-Sul

Para se aproximar do Brics, Egito estuda reduzir uso do dólar em transações comercais

Ministro egípcio avalia três divisas como possíveis alternativas monetárias: a rúpia indiana, o rublo russo e o yuan

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Ministro Ali Moselhy tem conversado com autoridades de Índia, Rússia e China para avançar com projeto de desdolarização do comércio exterior - Presidência do Egito

O Egito está decidido a reduzir sua dependência do dólar dos Estados Unidos em seu comércio internacional, e para isso está estudando a possibilidade de utilizar outra divisa em suas transações.

Em entrevista realizada nesta segunda-feira (13/06), o ministro do Abastecimento egípcio, Ali Mosehly , disse que o país tem negociado com três países do Brics a possibilidade de utilizar suas moedas em seu comércio exterior.

Segundo o próprio Mosehly, o país que teria conversas mais avançadas seria a Índia, que haveria oferecido uma linha de crédito de valor não especificado. O ministro egípcio lembrou que o premiê indiano Narenda Modi irá visitar o Cairo no final deste mês de junho, sugerindo que o encontro poderia selar um acordo nesse sentido entre os dois países.

Contudo, o funcionário afirmou que também há negociações nesse mesmo sentido com outros dois países do Brics: Rússia e China, com a intenção de fomentar o comércio utilizando o rublo e o yuan, respectivamente, além da moeda local do país, a libra egípcia.

Essa iniciativa é vista pela imprensa local como uma tentativa de se aproximar dos países do Brics. O Egito é candidato a ser um dos novos membros do bloco.

“Existem discussões para que possamos negociar em moedas locais de países como Índia, Rússia ou China, que compõem o bloco Brics (assim como Brasil e África do Sul)”, resumiu Mosehly.

Além do Egito, outros países que vêm buscando a criação de sistemas alternativos de comércio, buscando reduzir sua dependência do dólar norte-americano, são Argentina, Bolívia, Malásia, Quênia e Venezuela.

Entre eles, ao menos quatro (Argentina, Egito, Quênia e Venezuela) também são candidatos a serem novos membros do Brics, com candidaturas que serão analisadas na próxima cúpula da entidade, no próximo mês de agosto, na África do Sul.