TECNOLOGIA

O que a portaria do prédio e a conta do bar têm em comum?

Tags de aproximação são usadas para pagar pedágio, em cartões de consumo e outras utilidades

Ouça o áudio:

Ao movimentar uma bobina por um campo magnético, há a formação de uma corrente elétrica, o que gera energia para que um microchip funcione por frações de segundo - Pixabay

O condomínio onde moro abandonou as chaves e as substituiu por um sistema eletrônico baseado em tags. São pequenos círculos de plástico, do tamanho de uma moeda, que ao se aproximarem do interfone da portaria abrem suas portas, quase como por um toque de mágica.
Após alguns meses de uso, percebi que a tal tag não possui qualquer pilha ou bateria que precise ser trocada. Fiquei curioso em saber como esse mecanismo funciona. 

A mesma tecnologia está presente em diversos setores da nossa vida atual. Os cartões e tags de aproximação estão no para-brisa do carro, para acelerar o pagamento do pedágio; no cartão de consumo da balada e em vários outros lugares. Você sabe como funciona essa tecnologia?

Trata-se da Identificação por Radiofrequência (ou RFID, na sigla em inglês). Baseia-se em uma tag ou cartão que possui uma marca digital própria. Esse código é lido e identificado por algum sistema eletrônico, como o interfone do prédio ou a máquina de cartão de débito do bar. Esses leitores possuem bateria própria ou estão ligados na rede elétrica. E são eles que fazem a maior parte do trabalho.

Dentro das tags há uma delicada bobina feita de fios de cobre ligada a um microchip. Aprendemos com a física que ao movimentar uma bobina por um campo magnético há a formação de uma corrente elétrica nos fios da bobina, o que gera energia suficiente para que um microchip funcione por alguns milisegundos. É o chamado Acoplamento Indutivo.

O tag que recebi do condomínio possui em seu interior um microchip que, ao receber energia, emite uma pequena onda eletromagnética com um código próprio. O interfone do prédio está ligado na rede de energia e no sistema que abre as portas. E ele emite um campo magnético. Quando aproximo a minha tag desse campo, uma pequena corrente elétrica se forma na bobina em seu interior, o que possibilita que a tag emita uma onda de rádio que será lida pelo interfone.

Ou seja, a tag, ao emitir esse sinal codificado para o leitor apenas serve como uma espécie de autorização eletrônica para que o mesmo faça o que precisa ser feito. No caso do interfone, abrir as portas do condomínio.
Legal, não é?

Um abraço e até a próxima!

Renan Santos é professor de Biologia na Rede Estadual de Educação de Minas Gerais.
 

Edição: Wallace Oliveira