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Povo cubano se mobiliza em solidariedade com vítimas de enchentes

Após fortes chuvas, 5 pessoas foram mortas e 20 mil hectares de plantações de alimentos foram destruídos

20.jun.2023 às 20h44
Havana (Cuba)
Gabriel Vera Lopes

Abel Padrón Padilla/ Cubadebate - Abel Padrón Padilla/ Cubadebate

Na última semana, Cuba sofreu fortes chuvas que causaram inundações em cinco províncias da região central e leste do país: Camagüey, Las Tunas, Holguín, Granma e Santiago de Cuba. Até o momento, cinco pessoas foram registradas como mortas. 

Quase mil casas foram destruídas pela água. Centenas de pessoas tiveram que abandonar suas casas, esperando que a água baixasse. As enchentes também destruíram mais de 20 mil hectares de plantações de alimentos.

Assim que a situação dramática se tornou conhecida, não apenas as autoridades do país se dispuseram a lidar com os danos, mas a ilha toda também foi tomada por uma onda de solidariedade de centenas de cubanos que, em seus bairros, locais de trabalho ou estudo, começaram a fazer coletas para as vítimas.

"Desde o fim de semana, quando começaram as alertas e as primeiras notícias das áreas mais severamente afetadas, entendemos que muitas famílias perderiam tudo. Então, a primeira coisa que fizemos junto com meus colegas de trabalho foi organizar uma coleta para as vítimas", conta Ivan Ernesto Barreto ao Brasil de Fato. 

Nos dias seguintes, seu trabalho se transformou em um depósito de doações. Redes sociais, grupos de amigos e familiares se encheram de mensagens convocando para diversas ações de solidariedade. Nem a onda de calor que varre Havana e nem a crise de combustível – que dificulta o transporte – os impediu de passar as tardes depois do trabalho percorrendo a cidade em busca de doações.  
 
"Em geral, quando ocorrem eventos desse tipo, há uma resposta orgânica da população. Há momentos em que até a solidariedade transborda a capacidade de receber tudo o que as pessoas querem contribuir. Infelizmente, nos últimos anos, além da pandemia, tivemos outros eventos como o incêndio do superpetroleiro em Matanza e o ciclone Ian. E, em todos esses eventos, a solidariedade do povo foi impressionante: pessoas de todo o país foram para as áreas afetadas para colaborar e ajudar no que fosse possível", reflete.

Os Comitês em Defesa da Revolução (CDR), uma forma de organização territorial espalhada por todo o país, abriram suas portas para que as pessoas de todos os bairros pudessem se aproximar e ajudar.  A mídia começou a divulgar diferentes endereços onde as ações de solidariedade iriam se centralizar em Havana. Localizado no bairro operário de Pogolotti, um desses endereços é o Centro Martin Luther King.

"Nosso centro é um espaço de inspiração cristã. E este tipo de trabalho solidário, humanista e de serviço sempre esteve presente em nossas atividades. Sempre que situações como esta ocorrem, acionamos nossas redes e mecanismos de solidariedade", diz Yadan Figueroa, membro do Centro Martin Luther King, para o Brasil de Fato. 

"Nós nos vemos como uma instituição que canaliza a ajuda que vem de diferentes lugares. Falamos de pessoas normais que passam por aqui, que querem contribuir, que são solidárias. Um vizinho do bairro que traz, mesmo que seja só um sabonete. Sabemos da complexa situação econômica do país e que muitas vezes é difícil fazer doações, mas mesmo assim as pessoas compartilham o pouco que têm. Já aconteceu de vermos uma criança levar um brinquedo para outra criança. Realmente recebemos uma incrível demonstração de solidariedade do povo cubano", diz Figueroa. 

O bloqueio: um crime contra a humanidade 

O conjunto de sanções econômicas e comerciais unilaterais que os Estados Unidos mantêm ilegalmente contra Cuba dificulta a ajuda às pessoas afetadas pelas enchentes. Não apenas porque Cuba não consegue acessar o crédito internacional para aliviar esse tipo de crise, como qualquer país faria em uma situação como esta. Mas também porque o bloqueio torna difícil para o povo cubano receber qualquer tipo de ajuda do exterior. 

"Cuba é perseguida. Há pouquíssimos bancos no mundo onde você pode fazer uma transferência para uma organização em Cuba. Mesmo para organizações como a nossa, que não dependem do governo. Os bancos dizem imediatamente que não é possível, que há restrições para Cuba por causa das restrições impostas pelos Estados Unidos", lamenta Yadan Figueroa.

"Tentamos buscar opções. Mas o cerco está ficando mais apertado a cada dia. É muito difícil para nós ter acesso à ajuda de diferentes partes do mundo. E quando isso pode ser feito, os custos são tão altos que acabamos perdendo parte do dinheiro doado no pagamento de licenças em bancos internacionais. De uma forma ou de outra, o bloqueio é uma realidade que afeta o povo cubano todos os dias, mas é neste momento que os danos que ele causa são mais evidentes", acrescenta.

Contexto 

Os últimos anos foram particularmente difíceis para Cuba. A covid-19 não só afetou gravemente a economia do país, mas também foi um momento em que os Estados Unidos aproveitaram para reforçar o bloqueio contra a ilha. Isso dificultou o fornecimento de suprimentos básicos para lidar com a pandemia. Após o fim da emergência sanitária, a recuperação econômica também foi difícil, já que Cuba teve que enfrentar vários desastres naturais que continuaram a castigar sua população e economia.  

"O governo sempre teve uma política muito ativa de proteção e ajuda aos que mais precisam em situações como esta. De fato, vimos como uma das primeiras coisas que o governo fez foi enviar importantes funcionários para os territórios afetados para que trabalhassem lá. Mas também é verdade que a crise econômica afeta a capacidade e a velocidade de resposta do Estado", reflete Yadan Figueroa.  

Antes das enchentes, a última dessas catástrofes foi causada pelo furacão Ian há apenas alguns meses, em setembro de 2022. Um furacão de categoria 4 causou grandes danos no oeste da ilha. O município de Pinar del Rio foi o mais afetado. Quase 100.000 casas foram danificadas, o que significa que 60% das casas foram afetadas. Ainda se está trabalhando para recuperar as perdas materiais causadas pelo furacão. 

No entanto, a magnitude da tragédia contrasta com o número de mortes que Cuba teve de lamentar. Naquela ocasião, o furacão deixou 5 pessoas mortas. Enquanto a passagem do furacão Ian pelo sul de Miami resultou na morte de mais de 100 pessoas. 

"É sempre muito doloroso quando falamos sobre essas tragédias em que temos que lamentar a perda de vidas humanas. Eu gostaria que pudéssemos evitar essas perdas que causam tanta dor. No entanto, os resultados de Cuba contrastam fortemente com os resultados obtidos em termos de prevenção não apenas em outros países latino-americanos, mas também em países desenvolvidos. E isso tem a ver com um tipo de sistema de trabalho que foi gerado em Cuba entre a defesa civil e o que chamamos de organizações de 'massa', ou seja, formas de auto-organização popular", diz Ivan, acrescentando que "essas formas de organização popular, juntamente com o Estado, conseguem prevenir e atender a essas situações de emergência".

Seremos como o Che

"Atualmente, há muita alienação. Muitas vezes as pessoas acham que, ao fazer um post nas redes sociais, já estão demonstrando solidariedade. É muito bom se manifestar, não vou dizer que não. Mas também é muito bom estar presente. Ajudar as pessoas é extremamente importante", reflete Iván Ernesto Barreto.

Nos últimos anos, Barreto esteve envolvido em diferentes instâncias de solidariedade que surgiram na ilha após a pandemia, o incêndio de Matanzas, o furacão Ian e agora as enchentes. "É disso que se trata o envolvimento político e social, estar ao lado dos necessitados", afirma de forma categórica. 

"Acho que sempre houve uma tentativa de construir essa ética a partir da revolução. Penso em Che Guevara, que nunca usou a autoridade que tinha para estar melhor do que o resto das pessoas. Pelo contrário, como líder e funcionário, ele foi o primeiro a dar sua ração de comida para que seus companheiros pudessem comer, ou o primeiro a incentivar o trabalho solidário".

As enchentes coincidiram com a véspera do 95º aniversário do nascimento de Ernesto "Che" Guevara, no dia 14 de junho. Muitas das atividades que celebravam o "guerrilheiro heroico" foram suspensas devido à grave situação do país. No entanto, Barreto não parece se importar. "A melhor maneira de homenagear o aniversário de Che hoje é ajudar as pessoas que sofreram com as enchentes", diz ele.

Nas escolas primárias de Cuba, os pioneiros – como são chamadas as crianças mais novas na ilha – têm uma saudação institucional na qual dizem "seremos como o Che". 

A frase lembra o ato liderado por Fidel Castro em 18 de outubro de 1967 na Plaza de la Revolución. Poucos dias tinham passado desde que Che havia sido assassinado em La Higuera pelo exército do estado boliviano junto com agentes da CIA. A notícia chegou à ilha, comovendo o povo cubano.  

Frente à multidão reunida, Fidel fez um longo discurso em homenagem ao homem que havia sido seu companheiro na Sierra Maestra e com quem mais tarde formou o governo revolucionário. Com uma voz emocionada, ele disse: "Se quisermos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertença a este tempo, um modelo de homem que pertença ao futuro, eu digo com todo o meu coração que esse modelo, sem uma única mancha em sua conduta, sem uma única mancha em sua atitude, sem uma única mancha em suas ações, esse modelo é o Che! Se quisermos expressar como queremos que nossos filhos sejam, devemos dizer com todo o coração de revolucionários veementes: Queremos que eles sejam como o Che!".

Naquele dia, quase um milhão de pessoas se aglomerou na Plaza de la Revolución. Pessoas comuns que vieram de todos os cantos do país, da melhor maneira possível, para se despedir do homem que foi uma das figuras centrais da história de seu tempo. Em meio ao choro da multidão reunida, começaram a ser ouvidos os primeiros gritos em resposta a Fidel: "Seremos como o Che!  

Nesses tempos difíceis e dolorosos, Iván Ernesto Barreto fala com convicção, fazendo sua uma máxima guevarista: "O maior benefício que se pode obter de tudo isto é a satisfação de ajudar outra pessoa. Isso é muito mais gratificante do que qualquer benefício material que possa ser obtido. A solidariedade, a ajuda ao próximo, está no sangue dos cubanos. De uma forma ou de outra, sempre tentamos nos sensibilizar com os problemas dos outros. E estou convencido de que juntos sairemos dessa situação difícil".

Editado por: Thales Schmidt
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