terra adoecida

Radinho BdF investiga as mudanças climáticas e discute soluções para o aquecimento global

Consequências das ações do homem já podem ser sentidas atualmente e atingem principalmente as crianças

Ouça o áudio:

Mudanças no clima podem afetas até 1 milhão de crianças nos próximos 10 anos, dis relatório da Kidsrights - Foto: Unicef

Já viveu aquele dia em que você coloca roupa de frio no início da manhã, tem que tirar o casaco com o calor da tarde e no fim do dia se protege novamente das baixas temperaturas? No inverno essas variações no clima são bem comuns em grandes cidades como São Paulo e oferecem um verdadeiro desafio para o corpo humano que tem que se adaptar a tantas mudanças em um único dia. 

Os noticiários têm falado cada vez mais sobre o assunto relatando casos extremos como o de Paris, na França, em 2019, quando os termômetros registraram recorde absoluto de calor com 43 graus. Já nos Estados Unidos, em 2022, a temperatura chegou a 48 graus abaixo de zero, superando regiões mais geladas do mundo, como a Sibéria e o Alasca. Parece até enredo do filme A Era do Gelo, mas a verdade é que os efeitos das chamadas mudanças climáticas e do aquecimento global já podem ser sentidos em todo o mundo e atingem principalmente as crianças.

Por isso, o Radinho BdF foi investigar o que tem acontecido com o nosso planeta, onde cada vez mais é comum ouvir falar de enchentes, deslizamentos de terras ou temperaturas extremas com calor ou frio excessivo em algumas regiões. 

"Essas transformações podem ser naturais ou causadas pelo ser humano, mas hoje em dia elas estão muito agravadas por causa da ação do homem", explica Clara Dolhnikoff, 15 anos, que atua no movimento Famílias pelo Clima, com ações para pressionar os governantes a atuarem na proteção do meio ambiente. 

O aumento das temperaturas faz com que o gelo dos pólos da terra derretam e com isso eleve o nível do mar. Essa situação parece distante da nossa realidade do dia a dia, mas as temperaturas muito quentes ou muito frias já são reflexos dessas mudanças. Outras situações como as enchentes e consequentemente os deslizamentos de terra, e as secas também estão relacionados com essas mudanças.

Como o aquecimento nos afeta?

A família da Manuela Zambeli Vieira, 11 anos, vivenciou uma das maiores tragédias em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 2022, quando fortes chuvas causaram deslizamentos e enchentes deixando mais de 4 mil desabrigados e  235 vítimas. A mãe, pai e o irmão da Manuela não foram diretamente atingidos pelos deslizamentos e puderam se abrigar na parte alta da cidade. 

"Eu vi que tinha bastante lama, um carro que metade estava para baixo e metade para cima. Só dava pra ver a metade da árvore de tanta água que tinha. Meus pais pediram para eu fechar o olho, mas eu sou curiosa e abri o olho e vi uma árvore que estava quase caindo", relata.

Depois de um ano desse dia, nem todas as áreas da cidade foram reconstruídas. O Radinho entrou em contato com a Prefeitura de Petrópolis para saber o motivo de não terem realizado a recuperação do local, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. 

Mesmo diante de situações como essa, ainda tem pessoas que defendem o desmatamento das florestas e o modo de vida atual que gera muita poluição e degradação com o argumento de que, no passado, a terra já passou por eventos de mudanças climáticas e portanto não seria a ação do homem o motivo das destruições. 

Preservação

A professora de geografia Lorena explica que atualmente  a principal causa das mudanças climáticas é a ação humana, com o uso de agrotóxicos, fábricas que emitem gases poluentes, o excesso de lixo entre outras atitudes que faz com que esse seja o período mais grave para a terra em toda a sua existencia. "[O aquecimento] está acontecendo de forma bem mais rápida e por isso ele é mais grave", conta a professora. Por isso, para combater esses problemas é importante que haja regras mais rígidas para as empresas atuarem, se responsabilizando pela emissão de gases e pelo lixo produzido. 

A professora afirma que ainda é possível reverter a degradação com mudanças de cultura que também podem vir de cada um, como o cuidado com a reciclagem do lixo, a escolha por produtos mais sustentáveis e o cuidado com a terra. 


Você pode ouvir o Radinho BdF no caminho para a escola, com os amigos ou com a família e até na escola. 

Um pausa e voltamos já

Esse ano, em abril, o Radinho BdF completou 3 anos no ar. Nesse tempo, produzimos 120 episódios abordando os mais variados assuntos, sempre a partir das opiniões e ideias de crianças de várias partes do Brasil e do mundo. Agora, chegou a hora de mudar e crescer. O programa vai fazer uma pausa e retorna em breve com novas temporadas ainda mais interessantes e com novo formato. 

Enquanto estamos produzindo os novos episódios, você pode ouvir todos que estão disponíveis nas principais plataformas de podcast e no site do Brasil de Fato. Você também pode mandar a sua sugestão de temas que quer ouvir ou participar. É só enviar um e-mail para [email protected] com ajuda de um adulto. 

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 10h às 10h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].
 

Edição: Camila Salmazio