Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

CRIMINALIZAÇÃO

Artigo | Repetição e saturação nos discursos sobre o MST

Invasão ou Ocupação? Na CPI de 2023 a terra e o texto seguem em confronto e demarcam visões de mundo

22.jun.2023 às 10h14
Porto Alegre
Christa Berger

O Francisco, de 7 anos, sem-terrinha que mora no Assentamento Santana, diz que gosta de cuidar da terra “porque ela é nossa mãe e é de lá que nós tiramos os alimentos” - MST / Divulgação

Acompanhei a implantação e acompanho (quando paciência e tolerância permitem) as sessões da CPI do MST, “destinada a investigar a atuação do grupo Movimento Sem Terra, do seu real propósito, assim como dos seus financiadores”.

Dúvida sobre “reais propósitos” do MST em 2023 que justificam a quinta criação de uma CPI? Talvez, mais pertinente, seja esclarecer os reais propósitos da CPI do MST. Pois desde seu surgimento, propósitos e financiadores aguçam a imaginação de políticos e de jornalistas. E lá vem a lembrança da pesquisa que realizei nos anos 1990 para a tese de doutorado. Ela se chamou A terra e o texto: campos em confronto.

Lá (uns 20 anos atrás) como agora fica evidente a centralidade da questão agrária no Brasil, como os donos da terra têm representação na política brasileira e como garantem o tom da cobertura jornalística. O propósito real da CPI do MST é claro: mais um esforço para criminalizar o Movimento e já podemos até prever o teor do relatório final ensaiado nas sessões pelo relator, não por acaso Ricardo Salles, o ex-ministro do Meio Ambiente que propôs aproveitar a pandemia para passar a boiada.

Na CPI de 2023 a terra e o texto seguem em confronto, assim como a posição de uns e outros segue marcada pela escolha de uma palavra: Invasão ou Ocupação? E lá vou eu ao encontro da querida professora Maria Aparecida Baccega que não se cansava em exemplificar com estas palavras, ao ensinar que os vocábulos não são neutros nem imparciais e que expressam a visão de mundo do falante. Ela escreveu:

“Os lexemas invadir e ocupar promovem conotações completamente diferentes sobre o sentido da ação dos sem-terra. Invadir carrega semas como tomar aquilo que não me pertence, já ocupar nos indica semas como estar em lugar devoluto. O elemento espacial – a terra – e os pontos de vista ideológicos sobre ela, dão sentido para uma ou outra.”

Terra: Espacialidade + Ideologia  

Invadir                                                                    

Existe um obstáculo legal                                  

Este obstáculo é vencido                                  

Vencer, significa aqui transgredir                      

A transgressão permite punição                       

O ato – invadir – é ilegal        

Ocupar

não há obstáculo

trata-se de algo desocupado

não há transgressão

não pode haver punição

o ato – ocupar – é legal

Portanto, legalidade e ilegalidade estão na base do confronto vinculado à ação em relação à terra e, também, na escolha das palavras que os parlamentares usam na CPI do MST, na cobertura jornalística e nas decisões judiciais.

Ao optar pela palavra invadir o sujeito escolhe um signo que preserva o conceito de propriedade privada, em que o sem-terra encontra-se na ilegalidade e ao ouvinte/leitor é oferecida uma pista de leitura em que a transgressão tem autorização para ser punida.

Caso opte por ocupar, ele estaria sustentado pelo conceito de propriedade social da terra, em que não é ilegal ocupá-la se está sem uso e a ilegalidade se encontraria na ação da repressão, ao destruir acampamentos, prender acampados, matar para realizar uma desocupação.

Essa é a quinta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que o MST enfrenta. Ele perde, pelo simples fato de a CPI ser aprovada, pois confirma para a população que o MST merece ser investigado. E perde porque pela repetição dos discursos na CPI e na cobertura jornalística, a população acompanha a opinião política/midiática e repete que o movimento é ilegal e violento.

Nosso desafio é pela informação interromper a repetição que já está no nível da saturação e mostrar o MST que produz e tira da miséria milhares de brasileiros.

Ocupação é legal! O MST ocupa a terra para produzir!

Christa Berger, jornalista, mestre em Ciências Políticas, doutora em Ciências da Comunicação, foi professora-pesquisadora nas faculdades de Comunicação da PUCRS, UFRGS e Unisinos. Autora da biografia Jurema Finamour – a jornalista silenciada, A terra e o texto: campos em confronto, e organizadora do livro O jornalismo no cinema.

* Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato. 

Editado por: Katia Marko
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Construir futuro

Contra domínio das big techs, encontro debate plano nacional de soberania digital

AGENDA INTERNACIONAL

Lula vai à Argentina receber de Javier Milei a presidência rotativa do Mercosul

Petróleo em disputa

Com leilão no Brasil, petroleiras buscam novos mercados e reforçam assédio sobre políticas latino-americanas

DIREITO EM RISCO

Jabuti na MP do IOF pode comprometer seguro-defeso de mais de 1 milhão de pescadores artesanais

ALERTA MÁXIMO

Governador do RS pede evacuação urgente de áreas de risco diante de chuvas intensas

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.