SÃO JOÃO 2023

São João gera trabalho e renda no mês de junho no Nordeste

Incremento na renda é significativo e ajuda a "realizar sonhos", como ressalta vendedora do maior São João do Mundo

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Segundo o Levantamento da Coordenadoria de Turismo, o São João de Campina Grande gera mais de 3 mil empregos - Leydson Jackson/Prefeitura de Campina Grande

O São João é uma das festas mais tradicionais e aguardadas do Nordeste brasileiro. Além das manifestações culturais e das comidas típicas, a temporada junina também é marcada pelo trabalho intenso de vários profissionais. Assista:

Nessa época, o mercado culinário é um dos mais atrativos. Além das comidas feitas com milho, as bebidas ajudam a diminuir o frio das noites juninas. Na Associação Mulheres em Ação da Fazenda Esfomeado, na cidade de Curaçá, na Bahia, são produzidos licores com sabores típicos da Caatinga, como é o caso do licor de palma, carro-chefe da Associação. Para quem não conhece, a palma é um tipo de cacto presente no bioma, que é exclusivamente brasileiro e que por muito tempo foi utilizada somente para a alimentação animal.

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Cristiane Ribeiro, presidenta da Amafe, reforça a ajuda financeira que a venda dos licores traz durante essa época. “Os licores têm contribuído muito com a renda das agricultoras, não só com a minha atividade, mas de mulheres, não apenas as que estão na produção direta no contexto da unidade de beneficiamento, mas também das mulheres que tem um quintal produtivo e elas fazem esse trabalho de remanejamento e essa renda fica nessa aquisição e a renda vem agregando esse valor dos quintais produtivos, das ideias dessas mulheres.


O licor de palma é carro-chefe deste período junino na Amafe / SDR Bahia/Divulgação

Já Rosângela Lopes trabalha há 38 anos no Parque do Povo em Campina Grande, na Paraíba. Ela começou aos quatorze anos ajudando uma tia e, depois, se juntou à irmã para criar a própria barraca.

A vendedora relembra como foi esse processo: “eu comecei com 14 anos trabalhando com ela. No mesmo ano, eu já coloquei barraca para mim. Quem fez o cadastro para mim foi minha irmã mais velha, que na época tinha 18 anos e ficamos nós duas trabalhando juntas. Com o tempo ela saiu e eu continuei”.

Para que a festa seja um sucesso, trabalhadores e trabalhadoras do são joão de campina grande começam a se organizar muito antes do mês de junho. Neste ano, o maior são joão do mundo tem 32 dias de festa e Rosângela é quem explica essa preparação. “A gente não trabalha um mês em si, a gente começa 15 dias antes da festa e trabalha mais 10 dias depois da festa, porque tem toda organização. Quer dizer, nós trabalhadores do Parque do Povo, nós trabalhamos mais ou menos três meses para tudo", conta a vendedora.

Nascida e criada em Campina Grande, Rosângela vê no São João uma grande oportunidade para fazer uma renda extra que vai ser utilizada durante todo o ano. 

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A campinense conta o que essa festa representa na vida dela. “Quem vive de salário mínimo com um pequeno comércio como eu vivo, a gente vive para pagar as contas do dia a dia. Esse extra que a gente faz no Parque do Povo, no maior São João do mundo, é para a gente comprar, trocar um transporte, ajudar o marido de uma reforma numa casa, ajudar um filho numa formação na universidade, ajudar uma filha no que ela deseja ter. Vou realizar sonhos, vou conseguir o que eu quero, meus objetivos, mas também é uma festa que me preenche, é uma festa que eu não sei como viver sem”, conclui Rosângela. 

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Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga