TSE

Entre celebrações e críticas ao TSE, inelegibilidade de Bolsonaro estremece mundo político

Enquanto oposicionistas lamentam e governistas celebram, resultado do julgamento também é marcado por alguns silêncios

Brasília (DF) |
Bolsonaro não reagiu imediatamente ao julgamento do TSE que retirou seus direitos políticos até as eleições de 2030 - Agência Brasil

O resultado do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por cinco votos a dois, gerou reações imediatas do mundo político, tanto entre seus apoiadores quanto entre críticos do ex-mandatário. A decisão da Corte impede que o ex-presidente se candidate a qualquer cargo público até 2030. Ainda cabem recursos da decisão. 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o julgamento é um marco para o direito eleitoral. "Mentir não é ferramenta legítima para o exercício de uma função pública", escreveu no Twitter. Na mesma rede, anunciou que pedirá que a Advocacia-Geral da União (AGU) estude a decisão para que informe ao governo se cabe um pedido de indenização contra Bolsonaro. 

 

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que a decisão tem "força didática". "O tribunal condenou os métodos da extrema-direita, como a disseminação industrial de mentiras, as ameaças à democracia, o uso da máquina pública pra perseguir adversários e prevalecer na disputa eleitoral", escreveu. 

Carlos Lupi, ministro da Previdência, comemorou a decisão do TSE. Lupi é presidente do PDT, partido que ingressou com o pedido que levou à declaração de inelegibilidade de Bolsonaro. 

Aliados

Alguns aliados do ex-presidente também se manifestaram. Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, postou uma mensagem otimista, mas vaga, sem anúncio de medidas concretas. 

"Vamos trabalhar dobrado e mostrar nossa lealdade ao Presidente Bolsonaro. Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação", escreveu. 

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Vice-presidente durante o mandato de Bolsonaro, Hamilton Mourão afirmou que "a Justiça Eleitoral do Brasil se notabiliza por cassar a vontade popular, como fez com Deltan Dallagnol agora faz com Jair Bolsonaro". O ex-deputado federal pelo Paraná citado na mensagem é um dos que não se manifestou sobre a decisão do TSE - apesar de ter recebido o apoio imediato de bolsonaristas ao ter sua candidatura cassada. Seu parceiro de Lava Jato, Sérgio Moro (União Brasil-PR), que apoiou enfaticamente o ex-presidente no segundo turno de 2022, também não se pronunciou até o fechamento desta matéria. 

Os filhos do ex-presidente divulgaram mensagens de otimismo. Flávio Bolsonaro afirmou que o "TSE deu a Bolsonaro hoje uma vitória moral". Já Eduardo que "no fim, vence quem mais consegue suportar a dor". Conhecido por mensagens enigmáticas e cifradas, Carlos Bolsonaro simplesmente postou uma foto ao lado do pai. 

Nesta sexta-feira (30), o próprio Jair Bolsonaro afirmou ter levado uma "punhalada nas costas", e ainda se comparou a Jeanine Áñes, política boliviana que assumiu a presidência de seu país após o golpe contra o governo de Evo Morales - posteriormente, Áñes foi julgada e presa por conspiração, sedição e terrorismo.

Edição: Thalita Pires