política de memória

Nísia pretende construir memorial às vítimas da covid: 'memória desse triste tempo'

Nísia Trindade, ministra da Saúde, lembrou das mortes evitáveis, atribuídas à política conduzida por Jair Bolsonaro

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Nísia: "Teremos um memorial da covid e teremos uma política de memória desse triste tempo" - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) construirá um memorial às vítimas da covid-19. Além de prestar solidariedade, caberá ao local reverenciar a luta daqueles que defenderam a ciência, dos profissionais da saúde, tão prejudicados pelo descaso do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Nísia pretende lembrar dessa história, das vítimas e dos erros na condução do combate à pandemia que provocou 700 mil mortes. Ela compara com o Holocausto, que conta com memoriais por todo o mundo. “Como falei do Holocausto, e tem sido uma marca dos museus de Holocausto e espaços de democracia em todo mundo nos países que viveram a ditadura, aqui no Ministério da Saúde — e já como decisão de governo — nós teremos um memorial da covid e teremos uma política de memória desse triste tempo”, disse.

O atraso na compra de vacinas e a lentidão na adoção de uma política nacional de vacinação provocaram mortes evitáveis, de acordo com estudo divulgado pela The Lancet Regional Health Americas. Além disso, integrantes do governo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, fizeram declarações divulgando informações falsas sobre riscos inexistentes.

Fortalecimento da ciência

Nísia falou sobre o tema durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até sábado (29), em Curitiba. O encontro marca a retomada do protagonismo da ciência no país. “A forma como o Brasil abordou, a política de governo absolutamente desastrosa que nos levou a 700 mil vidas perdidas… Isso não pode ser esquecido. Se não chamar isso de genocídio, não sei que nome podemos dar”, completou a ministra. 

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Durante a pandemia, Nísia atuou de forma incansável ao lado de cientistas, quando comandou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pelo trabalho notável, esta entidade tornou-se referência mundial em combate à covid-19, bem como de produção de vacinas. 

Agora, Nísia trilha um caminho de luta à frente da pasta da Saúde para que a história jamais se repita e, em situações futuras, o governo salve vidas a partir de ações responsáveis. “Nós, da comunidade científica, precisamos mais do que ficar vigilantes, nós precisamos estar fortalecendo uma visão democrática entre nós. Somos alvos de ataque, como muitas vezes aconteceu no governo passado, e cabe a nós esse fortalecimento”, disse.

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