Caged

Geração de empregos desacelera, e governo culpa Selic

Brasil gerou 1 milhão de empregos no primeiro semestre de 2022, cerca de 350 mil a menos do que em 2022

Brasil de Fato | Curitiba (PR)* |

Ouça o áudio:

emprego trabalho
Brasil não gera mais de 200 mil vagas de trabalho desde janeiro, segundo Caged - Arquivo/Prefeitura do Rio

A economia brasileira gerou 1,02 milhão de empregos formais no primeiro semestre de 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O número está abaixo dos 1,38 milhão registrados no primeiro semestre do ano passado e dos 1,47 milhão verificados no mesmo período de 2021.

:: 'Assédio no trabalho é porta de entrada para adoecimento psíquico', afirma ministro do TST ::

Desde janeiro, quando o Brasil criou 249 mil vagas de trabalho, a economia não gera mais que 200 mil empregos formais em um mês.

Em junho, foram 157,1 mil – 2 mil a mais que em maio, mas 128 mil a menos do que em junho de 2022.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a elevada taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, tem atrapalhado. “Se não fosse essa inadequação esquizofrênica do comportamento dos juros no Brasil, nós poderíamos estar falando em 200 mil novos empregos em junho”, disse.

:: Prévia da inflação aponta nova queda de preços em julho e reforça cenário de corte na Selic ::

Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano. É a mais alta do mundo, encarecendo investimentos e dificultando a retomada do crescimento econômico.

Por conta disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado reiteradamente a gestão de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central.

Serviços empregam mais

A maior geração de emprego em junho ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 76,4 mil postos formais. A agropecuária foi o segundo maior gerador de postos no mês, com 27,1 mil vagas criadas. A construção civil veio em seguida, gerando 20,9 mil postos, com destaque para obras de infraestrutura.

:: Reformas Trabalhistas de Temer e Bolsonaro não cumprem promessa de mais emprego ::

Em junho, foram registradas 1,9 milhão de admissões e 1,7 milhão de desligamentos.

No primeiro semestre, foram 11,9 milhões de admissões e 10,8 milhões de desligamentos.

*Com informações da Agência Brasil

Edição: Leandro Melito