militância

Por que a saúde mental de quem defende a floresta e os direitos humanos precisa ser um cuidado prioritário para sua permanência na luta?

Atuação em defesa dos territórios tem impacto na dinâmica familiar e exposição a riscos de violência

Tapajós de Fato* | Santarém (PA) |
Maria Ivete Bastos é agricultora familiar e liderança do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Santarém (PA) - Tapajós de Fato

A bacia hidrográfica do rio Tapajós, localizada entre o norte de Mato Grosso e o oeste do estado do Pará, destaca-se pela diversidade de povos, manifestações culturais e a riqueza dos recursos naturais nos territórios. As populações filhas dessa região se destacam, também, pelas lutas coletivas na defesa de direitos socioambientais. Mas a dedicação para lutas coletivas exige sacrifícios que, ao longo dos tempos, recaem principalmente na saúde mental. 

Nos últimos quarenta anos, as transformações do ambiente natural têm se tornado ainda mais visíveis devido ao avanço do garimpo no Tapajós e seus afluentes, assim como o agronegócio, que acentua-se nas primeiras décadas dos anos 2000 com a chegada de grandes projetos logísticos: abertura de rodovias, construção de portos graneleiros que passam a servir aos produtores de grãos da região Centro-Oeste do Brasil. 

A região do Tapajós sofre mais um agravante: além do garimpo e do agronegócio, a mineração também é uma problemática. Com isso, as relações com a terra e com as águas ficam comprometidas devido à destruição causada pelo desmatamento, uso intensivo de agrotóxicos e o mercúrio nos garimpos. Agregam-se, também, os conflitos e a violência no campo. Proteger os territórios passa a ser uma necessidade para permanecer dentro deles. 

No processo de enfrentamento e defesa de territórios destacam-se as pessoas que puxam movimentos ou estão à frente de organizações como sindicatos e coletivos, que automaticamente são consideradas como entraves para o processo de destruição socioambiental camuflado pelo falso lema de "desenvolvimento". Ameaças e até mesmo o assassinatos são riscos iminentes. 

Por conta dessa defesa, as lideranças acabam sofrendo violências na tentativa de silenciamento de suas lutas. Os impactos dessa realidade atravessam todas as dinâmicas de quem sofre ameaças. Algumas dessas consequências são diminuição do convívio familiar, perda da privacidade, prejuízos econômicos, perseguições e até mesmo convivência com escolta da polícia. 

A maioria desses conflitos na Amazônia acontecem na área rural. Dados do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apontam que, em 2022, foram registrados 2.018 casos de conflitos no campo, mas o impacto é bem maior, tendo em vista que os conflitos envolveram cerca de 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa em todo o território nacional. 

É na região da Amazônia Legal que ocorrem a maioria dos conflitos (58,86% deles). Essa porcentagem significa que são mais ou menos 1.107 conflitos no campo. Foram 121.341 famílias de povos originários e comunidades camponesas em 2022 diretamente afetadas pelo medo e pela violência dos conflitos na Amazônia.

Com todo esse cenário de hostilidade contra quem luta em defesa da vida e floresta, as pessoas afetadas com isso acabam carregando sequelas de tanta violência. Uma delas é o abalo na saúde mental.

Dentro desse contexto estão Walter Kumaruara, jovem indígena do povo Kumaruara do Baixo Tapajós, e Maria Ivete Bastos, mulher, agricultora familiar e liderança do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Santarém. Duas vidas, duas gerações diferentes, mas um ponto em comum: a total dedicação às lutas dos movimentos sociais na defesa dos direitos humanos e ambientais. 

Escolhas: consequências para um jovem que decidiu lutar por seu povo 

Walter Kumaruara, quando ainda era um garoto da beira do rio Tapajós, era curioso e não perdia a oportunidade de participar de ações desenvolvidas em seu território ou na cidade. "Eu era um moleque no meio dos agentes comunitários de saúde, porque eu vinha pra eventos sobre cuidar da saúde, falar sobre o ECA e eram só os agentes de saúde que vinham pra esses evento e eu vinha para fazer realmente valer o direito da criança e do adolescente na aldeia", relembra Walter.

Walter é comunicador popular e mobiliza a juventude do Baixo Tapajós na luta em defesa dos territórios e justiça climática por meio da educomunicação, fazendo parcerias com as escolas da região através da organização Projeto Saúde e Alegria e do Coletivo Jovens Tapajônicos.

Toda a dedicação à luta coletiva exigiu sacrifícios pessoais, principalmente a diminuição do convívio com a família. "Neste trabalho, a gente sempre fala: a gente não teve uma infância, a gente foi criança, mas não teve infância, 'tá' nesse projeto de juventude mas a gente não tem essa mesma coisa como a juventude, de desfrutar dos seus direitos." Apesar de sentir falta, Walter não se arrepende da escolha de lutar pela coletividade. 

Se dedicar à defesa da Amazônia é uma decisão arriscada, principalmente pela violência impulsionada por interesses privados de exploração nos territórios. As ações violentas têm sempre um alvo. Walter Kumaruara sofreu duras retaliações há três anos. Junto a outros jovens, realizou uma ação contra o ex-ministro da Educação, Abraham Waintraub, quando o mesmo visitava Alter do Chão. "Ele veio aqui em Alter do Chão e a gente fez uma ação contra ele, na verdade reivindicamos atenção mais para ele olhar para educação naquela época."

Após a ação, e devido à polarização política, se iniciaram os ataques digitais e as ameaças de violência física. Na época, Water morava na Vila de Alter do Chão, cerca de 36 km da cidade de Santarém. "Eu tive que sair de Alter de Chão, vim pra Santarém, me escondi em alguns lugares". Na época, o apoio veio do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns, organização que representa 14 povos indígenas do Baixo Tapajós. Walter ficou alguns dias na sede da organização, em Santarém, mas, por conta do aumento das ameaças e perseguições, com o apoio de amigos, conseguiu sair de Santarém. "O apoio que eu tive foi sair daqui, meus amigos e os próprios amigos de uma rede que eu tinha feito antes me tiraram daqui. Pagaram minha passagem e eu fui embora, fiquei por um período na cidade de São Paulo", relata a jovem liderança.

Na busca de preservar a integridade da família, o jovem optou por não compartilhar o drama com os pais e irmão, mas inevitavelmente a informação chegou até a sua aldeia, de forma distorcida. "E aí até então minha família não sabia o que tinha acontecido. Só que quando chegou isso lá já foi numa outra versão, que já foi por outras pessoas, porque quando apaguei minhas redes sociais também perdi o contato com a família toda e até minha mãe no momento veio de lá de bajara [pequena embarcação típica da Amazônia], no vento forte, pra saber como é que eu estava, mas eu não estava mais nem aqui, tinha ido embora e depois de um tempo que eu voltei".

Apesar de conseguir levar uma vida mais tranquila após esses acontecimentos, Walter afirma que o receio e os traumas da perseguição sofrida anos atrás não foram esquecidos.


Walter Kumaruara, jovem indígena do povo Kumaruara, do Baixo Tapajós / Foto: Walter Kumaruara / Acervo pessoal

Na mira: o drama de uma vida sob escolta policial

Pelas mãos de uma parteira, na comunidade de Dourado, na beira do rio Amazonas, na região do Arapixuna, dentro do Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (PAE Lago Grande), nasceu Maria Ivete Bastos, que vem de uma família de doze filhos. Os desafios para sobreviver a obrigaram a ir desde muito cedo para roça ajudar a família.

Apesar de ser de uma comunidade pequena, com cerca de cinquenta famílias, nela Maria cresceu, casou, teve filhos e se envolveu com as lutas do movimento social. Atualmente é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores de Trabalhadoras Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (STTR), no terceiro mandato. Foi vereadora do município de Santarém pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e secretária da Agricultura Familiar do município, onde conseguiu implantar o Programa de Alimentação Escolar, colocando a produção familiar nas refeições das escolas da rede municipal de Santarém. 

"A mulher Ivete não é só uma dirigente sindical que milita na luta dos movimentos. Horas sou militante, horas sou a mulher que é esposa, que é mãe, que cuida de casa também, que trabalha com a enxada com a foice, sei pilotar uma canoa e me sinto um pouco artesã também, essa é a vida que eu gosto", descreve-se. 

Ivete entrou na luta, que ela chama de militância, a partir dos trinta anos de idade, quando passou a ser sócia do STTR de Santarém. No início dos anos 2000, tornou-se a segunda mulher presidente do sindicato. 

Ao mesmo tempo em que Ivete Bastos assumiu a presidência do sindicato, chegavam na região multinacionais e grandes projetos que deram ainda mais impulso ao agronegócio. "Chegou os danos na vida do povo, os conflitos fundiários, eu vivi muito conflito, começou a degradação da terra, expulsão de trabalhadores [...] às vezes não almoçava porque tinha que ir ao Ministério Público, na polícia porque era queima de casa, tanta violação dos direitos", comenta a liderança.  

Durante os dois mandatos, e em decorrência da violência que crescia contra os pequenos agricultores, uma das suas ações foi propor a criação dos Assentamentos Agroextrativistas, na busca de garantir o direito à terra. A sua atuação em defesa de sua categoria resultou em violências e ameaças que mudaram a vida de Ivete. "Lá em 2005 eu tive até uma depressão por causa de muito ataque, a gente fica até sem saber o que fazer quando a gente olha que é muito difícil romper com esse esquema, ver a injustiça contra a minha classe trabalhadora rural. Eu fiquei muito abalada, por um mês eu não consegui nem levantar", relembra Bastos.

Devido às ameaças de morte e todas as frentes de atuação, o convívio com os filhos e toda a família foi comprometido. "Em represália à minha pessoa, por não aceitar propina, queimaram casas para expulsar os trabalhadores, mas também em relação às minhas atitudes, eu chorei muito, por muito tempo", conta. 

O medo de ser mais um vítima da violência da ganância capitalista aumentava principalmente ao ver suas companheiras de luta serem assassinadas, como a irmã Dorothy Stang. "Eu a conhecia, apesar de não ter muita convivência. Lembro de detalhes, como era a simplicidade dela, a sapatilha nos pés. Quando ela morreu foi a primeira vez que eu senti o impacto mais pesado". Dorothy era uma missionária ligada à CPT e foi assassinada em 2005 por defender a reforma agrária para pequenos produtores no município de Anapú (PA). 

A líder sindical explica que a partir de 2007 precisou entrar no programa de proteção. "Foi um momento muito danoso. Eu não nasci para viver numa prisão. Houve um abaixo-assinado internacional em que pessoas de 42 países pediram uma proteção de vida", relata. A Polícia Federal ofereceu proteção em regime fechado, mas Ivete recusou, pois queria continuar na luta. 

Lembrar dos quase 10 anos que viveu com policiais a escoltando é dolorido. Os traumas ainda não foram superados e ela comenta que não gosta de tocar no assunto. "Quando a gente está sob ameaça os filhos não podem estar perto da gente, a gente tem que montar uma estratégia de sobrevivência". A agricultora fala que inevitavelmente os filhos também sofrem. "Meus filhos não tiveram nem a oportunidade de serem empregados, porque diziam a eles que iriam ser mortos antes da mãe, aí ficavam com medo. Foram muito duras essas consequências."  

Durante quase uma década, ir ao estádio, onde tinham muitas pessoas e muita polícia, foi o único lazer, ainda que sempre escoltada. "Ainda sofria a tortura psicológica de saber que tinha um pistoleiro na frente da minha casa para me matar", relata.

Em 2017, tiraram a escolta policial e em 2021, Maria Ivete saiu do programa de proteção. "Ficaram muitas sequelas, tenho tormento até hoje para atravessar a rua, para andar sozinha… A gente olha, parece que tem alguém atrás, pulando o muro, é uma sensação horrível quando você lembra que está em uma lista de marcados para morrer, e vê que seus amigos estão indo, estão morrendo. Eu já chorei por muita gente e pelo medo que eu sinto", desabafa. 

Desde 2021, quando voltou à diretoria do STTR, as ameaças voltaram. No entanto, Ivete já reage de uma forma diferente. "Eu acho que pela maturidade talvez eu não entre muito em pânico, eu acho que quando eu era mais jovem e meus filhos eram menores eu estava com medo de morrer porque era como se eles ficassem muito desprotegidos. Eu já amadureci muito", reflete Ivete.

A escolta e o impedimento de sair livre na ruas eram como uma prisão para Maria Ivete, mas, aos familiares que pediam que ela fugisse da luta, ela afirmava o seguinte: "eu estou presa fisicamente, mas não na minha alma, a minha alma sempre vai estar livre". 

A proteção a defensores e defensoras de direitos humanos

Criado há vinte anos, o Comitê Brasileiro de Defensores de Direitos Humanos é formado por 47 organizações de todas regiões do país e possui diferentes frentes de atuação: mídia, jornalismo, indígenas, quilombolas, luta das mulheres, direitos das crianças, defensoras de direitos humanos em contexto urbano, e contexto as florestas, entre outras. O objetivo do Comitê é ser uma voz ativa de todas as organizações envolvidas, explica Amara Hurtado, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, uma das organizações que compõe o CBDDH, atuando diretamente com atividades e processos de autocuidado e cuidado entre ativistas

Amara explica que nos últimos seis anos as violências contra defensores e defensoras de direitos humanos se intensificaram. "A situação dos defensores e defensoras de direitos humanos ficou muito mais frágil, a vulnerabilidade se agravou muito, as ameaças, as condições de vida se tornaram, para muitos, um fardo, porque as ameaças que já existiam se tornaram muito maiores, mais grave e mais explícitas". 

Com a criação do Programa de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, "o Comitê se constitui como uma voz ativa da sociedade para que não estivesse somente o olhar do Estado, e sim da sociedade civil e todas as necessidades, porque o Estado vê de uma maneira, mas a realidade de quem é defensor e defensora de direitos humanos não é a mesma coisa", explica Amara. 

Devido às diversidades geográficas, culturais e de acesso a ferramentas tecnológicas, "o Comitê busca atuar de maneira plural para que o programa seja efetivo, real, e dar proteção de fato para quem está vivendo sob ameaça", explica. Outro ponto ressaltado em relação à atuação do Comitê Brasileiro de Defensores de Direitos Humanos é a proteção integral das vítimas de violência. "Não é só retirar a pessoa da sua terra, mas fazer uma avaliação de quais são os riscos, as possibilidades, entendendo a situação, as ameaças, aliados, caminhos possíveis, seja rede de apoio afetiva, rede de apoio de movimento e rede de apoio do Estado". 

Hurtado explica ainda que a saúde mental é prioridade. "A gente leva em consideração a saúde mental, a questão afetiva e a questão subjetiva. O comitê considera que faz parte dessa rede de proteção: o autocuidado e o cuidado coletivo, [...] uma questão de co-responsabilidade".

O impacto psicológico nem sempre é visto como problema principal

De acordo com assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, o adoecimento psicológico não é o primeiro problema a chamar a atenção. "Muitas vezes, nessa análise de risco que o Comitê faz, nessa proposta da proteção integral é que a gente levanta ali que a gente tem sim uma questão psicológica. Imagina o que é viver sob ameaça, no caso dos defensores de direitos humanos que estão in loco, a lida do dia a dia e a necessidade de recurso, alimentação, de segurança. Tudo isso acaba que é urgente e emergente e se eu não sair para trabalhar significa que eu não vou ter alimento e muitas vezes a minha família não vai ter", explica.  

Quando a ameaça recai sobre mulheres, é outro contexto. "Tem que lidar com a ameaça e com a demanda de cuidados que ela tem [...] ela cuida da comunidade, do marido, da casa, dos mais velhos, ela cuida de todo mundo. Muitas vezes isso [cuidado com a saúde mental] não passa, tem o cansaço, a insônia e outros problemas de saúde, mas as necessidades de trabalho são tão grandes que muitas vezes não há esse reconhecimento de que há um adoecimento  mental, emocional, psíquico", pontua. 

Amara explica também situações de violência ancestral, em que "a avó passou por isso, a mãe passou por isso, a mulher está passando e morrendo de medo de que a filha passe. São geracionais porque, dependendo do território, a violência não passou". 

Por questões culturais da sociedade patriarcal, esse diálogo é dificultado com os homens. Segundo Amara, "com as mulheres é encontrado mais facilidade para que seja compreendida e aceita a assistência psicológica [...] quando uma liderança cai, muitas vezes é por estar segurando um peso muito grande".   

Em relação ao impacto na saúde psicológica da juventude, Hurtado explica que a arte e a comunicação são importantes para visibilizar suas lutas, mas é preciso ter cautela para não se colocar em perigo, não colocar o movimento em perigo. Quando isso ocorre, a juventude "começa a lidar com as frustrações, com a dificuldade de se comunicar e de falar sobre si, aí não vai se olhando e vendo outras maneiras e acaba provocando um desgaste".  

O desafio de se cuidar e se manter na luta

A necessidade das lutas socioambientais exigem ações estratégicas, com olhar para o agora e para o futuro, Hurtado explica que é preciso fazer uma análise de risco de tudo que pode acontecer . 

Ela explica que há três pilares de cuidado: cuidado individual, cuidado coletivo e o cuidado do Estado. O enfrentamento às desigualdades, violências e opressão é necessário, mas é preciso se olhar dentro do contexto. "Estar atento a nós mesmo, até onde eu posso ir? Respeitar os próprios tempos. Não é exaltar o individualismo, mas sim, olhar para si. Dar atenção para si é qualificar a participação no coletivo", explica Amara. 

O cuidado coletivo está diretamente ligado ao cuidado individual, estabelecendo combinados flexíveis e igualitários, "em que não são só as mulheres que cuidam de todo mundo. Os homens precisam entrar nesse lugar dos cuidados", diz. 

O cuidado do Estado é o terceiro estágio, criando políticas de proteção efetivas para os defensores, respeitando e cuidando dos direitos das crianças e criando possibilidades para que as mulheres possam se empoderar e empoderar as mulheres na caminhada de luta. "Estar o tempo todo na luta cansa, é adoecedor", finaliza Amara.

Enquanto o Estado não supre as necessidades de proteção dos territórios e da territorialidade, as pessoas precisam arriscar suas próprias vidas para garantir a permanência sobre seus territórios ancestrais. A Amazônia é constantemente violada e seus povos não querem ver mais lideranças se tornando mártires.

*Reportagem publicada em parceria com o portal Tapajós de Fato

Edição: Thalita Pires