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Itália extraditará padre acusado de participar de tortura na ditadura militar argentina

Procurado desde de 2012, Franco Reverberi é acusado de convencer torturados a colaborar com o regime

São Paulo |
Mural com a imagem de Angel Benitez, desaparecido em 20 de março de 1980, durante a ditadura argentina - Luis ROBAYO / AFP

Nesta quarta-feira (2), o ministro da justiça da Itália,  Carlo Nordio, assinou a ordem de extradição do padre Franco Reverberi, de 85 anos. O pedido foi feito pela Argentina, devido ao envolvimento de Reverberi na ditadura militar do país entre 1976 e 1983.

O pedido de extradição já havia sido concedido em julho, pelo tribunal de Bolonha. Contudo, o padre ítalo-argentino alegou que a sua saúde o impedia de viajar. A decisão do ministro veio após especialistas comprovarem que nada impedia Reverberi de voar para a Argentina.

O padre era capelão em Mendoza na década de 80. Sobreviventes e testemunhas da ditadura o acusam de visitar celas clandestinas onde ocorriam torturas, a fim de convencer as pessoas a cooperarem com os militares.

O padre, que fugiu para Itália e se estabeleceu em Parma, região da Emilia Romagna, localizada no meio do caminho entre Bolonha e Milão, é procurado pela Justiça argentina desde 2012.

Desde 2000, quando os julgamentos tiveram início na Argentina, mais de mil pessoas já foram condenadas no país por crimes da ditadura. Estima-se que mais de 30 mil pessoas desapareceram durante o regime militar.

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho