MATA-MATA

Colômbia é a última esperança sul-americana na Copa do Mundo feminina

A seleção feminina encara a Jamaica nesta terça como a única representante do continente no torneio

São Paulo |

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A atacante colombiana Linda Caicedo comemora o gol contra a Alemanha - FRANCK FIFE / AFP

Depois de uma uma classificação na qual venceu a poderosa Alemanha na primeira fase, a seleção da Colômbia entra na fase do mata-mata nesta terça-feira (8) na Copa do Mundo de futebol feminino. A equipe, que enfrentará a Jamaica, é a última esperança dos sul-americanos de trazerem a taça para o continente.

E com a mesma gana de vencer e levar o caneco pra casa que a estrela colombiana, Linda Caicedo, entrará em campo novamente. Foi de Caicedo um dos gols que levou o time a vencer o último jogo. A jovem, de apenas 18 anos, tem feito história na Colômbia. Tanto pela sua forma de jogar futebol, quanto pela sua história de vida.

A equipe conseguiu superar a Alemanha, que não perdia nesta fase do campeonato desde 1995, por 2x1. As colombianas quebraram o jejum da equipe europeia que estava invicta a 20 jogos seguidos. Depois, as colombianas perderam por 1 a 0 do Marrocos, ainda na primeira etapa do torneio.

Linda é a jogadora mais jovem a defender a Colômbia em uma Copa. E a segunda mais nova a marcar gols em Copa do Mundo, ficando atrás apenas da jogadora brasileira Marta Vieira da Silva, que marcou seu gol aos 17 anos.

A colombiana estreou no futebol profissional aos 14 anos, pelo América de Cali. Quando encarou o Campeonato Colombiano em 2019. Ocasião em que ganhou o título de artilheira e levou seu time a vencer o campeonato nacional.

Sua trajetória no futebol foi interrompida em 2020, quando atuava pelo Deportivo Cali. Aos 15 anos, Linda descobriu que estava com um câncer no ovário.

Em meio à pandemia, a adolescente enfrentou sessões de quimioterapia e venceu a doença.

Aos 16 anos, a jogadora vestiu a camiseta da seleção colombiana. E, a partir daí, conquistou o mérito entre homens e mulheres em campeonatos de futebol: marcar gols em três mundiais, o sub-17, sub-20 e a Copa do Mundo. Ela é a única até então a fazer isso.

À Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, a jogadora disse que acreditava que a doença a impediria de voltar ao futebol. “Naquele momento, eu não achei que fosse possível jogar profissionalmente de novo por causa de todo o tratamento que eu tinha de enfrentar”, desabafou Caicedo.

“Mentalmente, foi um momento muito difícil. Sou eternamente agradecida que isso tenha acontecido quando eu era muito nova. Eu pude me recuperar e ter o apoio da minha família. Agora me sinto muito bem, o que ocorreu me fez crescer”, frisou a atacante que atualmente defende o Real Madrid.

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho