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Deputado distrital do PL, Daniel Donizet é alvo de inquérito policial sobre violência sexual

Partidos cobram investigação; Donizet nega e define como "denúncias falaciosas" e "oportunismo político"

Brasil de Fato | Brasília (DF)  |
Sob investigação da Polícia, deputado Daniel Donizet (PL) nega denúncia de abuso sexual e acusa "oportunismo político" - Carlos Gandra/CLDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) instaurou um inquérito policial para apurar uma denúncia de violência sexual na qual o deputado distrital Daniel Donizet (PL) está envolvido.

De acordo com informações da Polícia Civil, a ocorrência contra o deputado do PL foi registrada na 5ª Delegacia de Polícia, situada na Asa Norte. Segundo a PC-DF, assim que a ocorrência foi tramitada, instaurou-se o inquérito policial para a apuração dos fatos. A polícia informou, ainda, que não é possível fazer o detalhamento do teor da denúncia para preservar a intimidade da vítima.

Já a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a Procuradoria da Mulher da Câmara Legislativa tem acompanhado as investigações de perto, junto à Polícia Civil do DF, a fim de tomar as medidas necessárias que o caso requer. “É importante ressaltar que a CLDF repudia veementemente qualquer ato de violência, principalmente quando direcionado às mulheres”, acrescenta a nota da CLDF.

A executiva do PL no Distrito Federal também se reuniu no sábado (12) para analisar as denúncias de violência sexual envolvendo o deputado distrital Daniel Donizet e notificou o parlamentar para que ele apresente sua versão sobre os fatos e analisa a possibilidade de abertura de um processo disciplinar contra o deputado distrital.  

O bloco parlamentar PSOL-PSB na CLDF – que é formado pelos deputados Fábio Felix (PSOL), Dayse Amarílio (PSB) e Max Maciel (PSOL) – afirmou em nota que defendem um rigor na condução das investigações relacionadas ao deputado Daniel Donizet.

"É intolerável que qualquer mulher seja submetida a assédio ou qualquer forma de violência", afirmaram os deputados do bloco em nota, acrescentando ainda que esperam "que as informações já solicitadas por esta casa referente ao caso cheguem o mais breve possível à CLDF para que possamos dar prosseguimento às investigações", diz a nota. 

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Assessor do parlamentar 

Em julho, o vice-presidente da CLDF, Ricardo Vale (PT), solicitou informações a Polícia Civil do DF sobre uma ocorrência que apontava como suspeito de participar de um ato de violência sexual um assessor parlamentar do deputado distrital Daniel Donizet.

“A denúncia de violência física e sexual contra uma garota de programa por um assessor da CLDF é grave e, além da investigação criminal, contará com o olhar atento da Comissão de Direitos Humanos e da Vice-Presidência da Casa”, afirmou Vale à época.

O assessor em questão era Marco Aurélio Oliveira Barboza, que foi exonerado a pedido no dia 17 de julho do gabinete de Daniel Donizet. A assessoria de Ricardo Vale explicou que, no mês passado, as informações que o eram apenas das denúncias contra o assessor do parlamentar. O Brasil de Fato DF procurou Marco Aurélio, mas não conseguiu falar com o ex-assessor do deputado Daniel Donizet. 

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Daniel Donizet

Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Daniel Donizet negou a denúncia de violência sexual e disse que não é alvo de investigação formal na polícia ou no Ministério Público. No entanto, a Polícia Civil do DF informou que foi aberto um inquérito policial a partir da denúncia. Já o Ministério Público informou que “casos que envolvem crimes contra a dignidade sexual são sigilosos por lei”.

“Tratam-se de denúncias falaciosas e inverídicas que estão sendo exploradas por oportunismo político de seus opositores, interessados na posição que ocupam”, disse a nota da assessoria do parlamentar do PL. Segundo ele, já respondeu a notificação do seu partido e reafirmou que “repudia toda e qualquer violência contra a mulher”. 

Filiado ao PL, Daniel Donizet está no seu segundo mandato na CLDF, sendo que no primeiro se licenciou para ocupar o cargo de administrador do Gama, a convite do governador Ibaneis Rocha (MDB). Nas redes sociais, o parlamentar se apresenta como um defensor dos direitos dos animais.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Rodrigo Chagas e Flávia Quirino