imunização

RJ: mais da metade das crianças está com vacinação em atraso em Queimados

Defensoria Pública recomenda que município da Baixada Fluminense tome providências para ampliar cobertura

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Atraso é maior nas doses de reforço como da tríplice viral (27%) e poliomielite (44%) - Fernando Frazão / Agência Brasil

A Defensoria Pública do Rio notificou a prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, sobre a baixa cobertura vacinal do público infantil. Quase da metade das crianças do município se encontra com o ciclo vacinal incompleto contra doenças como sarampo, tétano e poliomielite.

A prefeitura tem até a próxima sexta-feira (18) para informar a Defensoria sobre as providências adotadas para reforçar, ampliar e divulgar a estrutura de vacinação infantil, de modo a cumprir o Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

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O defensor público Rodrigo Pacheco explica que o caminho para superar a baixa cobertura é o diálogo. "A baixa cobertura vacinal é um grande problema na Baixada Fluminense. Alguns setores resistem à vacinação, um resquício do que se constatou na pandemia. O diálogo da Defensoria com as prefeituras é fundamental para superarmos essa dificuldade", afirma Pacheco.

A Defensoria encaminhou ao município recomendações como busca ativa de meninos e meninas ainda não vacinados, ampliação dos horários de funcionamento dos postos, montagem de unidades volantes em áreas de lazer e espaços públicos, e campanha de conscientização sobre a importância do calendário vacinal infantil.

A recomendação foi feita dois dias depois de agenda com a secretária municipal de Saúde, Marcelle Nayda Pires Peixoto, que colaborou para o diagnóstico sobre os entraves ao avanço da vacinação. 

Abaixo da média

Dados da secretaria municipal de Saúde requisitados pela Defensoria indicam que, nos últimos dois anos, apenas 47,6% das 21 mil crianças de Queimados tomaram todas as doses de vacinas obrigatórias, por faixa etária e por tipo de imunizante.

O órgão constatou que a cobertura da segunda dose da tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) está abaixo da média geral do município, considerada crítica. A vacina teve apenas 27,27% de alcance entre janeiro de 2021 e março desse ano.  

A aplicação do segundo reforço da tríplice bacteriana não ultrapassa 39,57% do público alvo. Já o alcance da tríplice bacteriana em gestantes, que imuniza mãe e bebê, é de 42,63%. A proteção contra febre amarela fica em 43,06% e o segundo reforço contra poliomielite é de 44,23%.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita