CPI do MST

Na CPI do MST, ministro da Agricultura afirma que ocupações de terra são legítimas

Carlos Fávaro prestou esclarecimentos a parlamentares na CPI do MST e defendeu a reforma agrária no Brasil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Fávaro foi ouvido pela CPI do MST - © Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que a ocupação de terras como forma de manifestação pela reforma agrária é um movimento legítimo. Ele foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (CPI do MST), nesta quinta-feira (17). 

“Reivindicar a terra devoluta é legítimo”, disse ele ao ser questionado pelo relator da CPI, deputado Ricardo Salles, que é ex-ministro do governo ultraconservador de Jair Bolsonaro (PL). Após a resposta, Salles insistiu no tema e afirmou que o ministro estava defendendo invasões ilegais de terra. Fávaro respondeu novamente à colocação. 

“A reinvindicação é legítima. Eu entendo que o direito à propriedade e o direito ao sonho de ter um pedaço de terra é legítimo e é legítimo também o direito à manifestação. Quem exacerbar, responder por isso. Agora, invasão de terra privada e invasão de prédio público, sou contrário, já declarei isso, mais do que contrário, a lei proíbe, pronto.” 

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O ministro foi perguntado também sobre a viagem do governo para a China, realizada em abril e que teve a presença do economista João Pedro Stedile, liderança do MST. Parlamentares, governadores e centenas de empresários também participaram da visita.  

Ao responder questionamento do deputado Evair Vieira de Melo (PP), Fávaro especificou que não participou das mesmas agendas de Stedile, que envolviam troca de conhecimento e cooperação na área de maquinários agrícolas.  

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“A diferença, que talvez o senhor não consiga compreender, é que nós fazemos parte de um governo democrático, que está aberto ao diálogo. O fato de estar o João Pedro Stedile na comitiva do presidente Lula é a demonstração clara. Ninguém fala dos 110 empresários que estavam na comitiva. Levar a China todos os segmentos da sociedade para buscar oportunidades  mostra como é composto o governo do presidente Lula, no diálogo, no trabalho, na conscientização e na construção de um governo democrático, só isso.” 

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Edição: Vivian Virissimo