Chacina do Guarujá

Mais uma pessoa é morta pela PM na Operação Escudo, no litoral paulista

Número de vítimas sobe para 19; governo do estado de São Paulo diz que ação não tem data para acabar

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Protesto contra a Operação Escudo, deflagrada após a morte de um policial - Lucas Weber

Mais uma pessoa foi morta por policiais militares na Operação Escudo, que ocorre no Guarujá, litoral do estado de São Paulo. Com isso, sobre para 19 o total de vítimas da ação, que começou no final do mês passado, após a morte de um soldados do batalhão de Rondas Ostensivas (Rota).

Desde que foi deflagrada, a operação é alvo de denúncias de abuso de autoridade e violência. Famílias que vivem nas comunidades periféricas afetadas acusam o poder público de promover uma chacina. 

A 19ª morte causada por ação policial foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), que não informou o nome do homem, de 37 anos. Segundo a versão da polícia, ele teria atirado contra os agentes ao tentar fugir de uma abordagem.

Ainda de acordo com a SSP, a vítima era acusada por tráfico de drogas e portava porções de maconha, crack, cocaína, um rádio comunicador e anotações. O material foi enviado para perícia junto com uma arma apreendida.

'É vingança': moradores do Guarujá e movimentos sociais denunciam execuções e pedem saída de policiais

Na terça-feira passada (15) outras duas pessoas foram mortas por policiais, poucas horas depois de um delegado da Polícia Federal (PF) ser atingido por um tiro de raspão na cabeça no Guarujá (SP). Em pouco mais de 460 dias foram efetuadas mais de 460 prisões.

Nesta semana, o governo do estado informou que a operação não tem data para acabar. Enquanto isso, organismos de defesa dos direitos humanos do Brasil e do Mundo seguem recebendo relatos de torturas, invasão de domicílios e outros excessos praticados pelas forças de segurança do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No início do mês, o ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, à frente do órgão cuja função é receber e encaminhar apuração sobre denúncias de ações irregulares dos agentes de segurança, afirmou ter sido ameaçado de morte. 

Com informações da Agência Brasil

Edição: Douglas Matos