MILITARES NO ALVO

Operação da PF afeta projeto político de Braga Netto no Rio de Janeiro, avalia pesquisador

Analista também relembrou outros casos que colocam sob suspeita a intervenção federal comandada pelo general

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Candidato à vice-presidência da República na vice na chapa de Bolsonaro, Braga Netto assinou contrato de R$ 40 milhões com a CTU Security - Fernando Frazão/Agencia Brasil

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (12) contra integrantes do gabinete da intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018, ameaça a continuidade do projeto político do general Braga Netto. Essa é a opinião do cientista político Paulo Ramirez sobre o aliado de Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente em 2022. 

"O primeiro efeito político é estragar, de fato, a imagem de Braga Netto, que é um pretenso candidato a prefeitura do Rio de Janeiro no próximo ano ou até mesmo ao governo do estado daqui a três anos. Gradualmente as investigações devem ser aprofundadas e, vale dizer, foi durante a intervenção que houve o assassinato de Marielle. Não podemos esquecer disso", analisou. 

A PF cumpriu nesta terça-feira (12) dezesseis mandados de busca e apreensão contra integrantes do gabinete da intervenção federal no Rio de Janeiro. Apesar de investigado no caso, Braga Netto, que era o interventor federal na época, não foi alvo de busca e apreensão.

Leia mais: Contrato assinado por Braga Netto com suspeito de matar presidente do Haiti é investigado

O ponto de partida da investigação foi o contrato da empresa CTU Security LLC com os militares da intervenção, que teria superfaturado a negociação de 9.360 coletes balísticos. O Brasil de Fato revelou com exclusividade, em 2021, o caráter fraudulento da compra. 

Além desse assunto, Paulo Ramirez também analisou outros temas da conjuntura, como a entrada do centrão no governo Lula e a expectativa sobre a escolha do novo Procurador-Geral da República. Ele participou, ao vivo, do programa Central do Brasil e também analisou o possível fim da CPI do MST na Câmara dos Deputados.

Sobre a eleição do novo PGR, Ramirez acredita que, neste terceiro mandato, o presidente Lula deve revisar os critérios para escolher o novo ocupante da vaga e colocar em perspectiva o que aconteceu nos outros mandatos. O atual Procurador-Geral, Augusto Aras, deve deixar o cargo no final de setembro. 

"Lula deve chegar a um meio-termo. Não será apenas uma escolha apenas democrática ou apenas técnica. Será uma escolha política, uma vez que vimos componentes desse cargo atrapalharem a vida republicana nacional nos mandatos petistas", concluiu. 

A entrevista completa está disponível na edição desta terça-feira (12) do Central do Brasil no canal do Brasil de Fato no YouTube



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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e emissoras parceiras. 

Edição: Thalita Pires