“O sentido do conhecimento é alcançado quando todas têm acesso” é o lema do projeto Sororidade, da Instituição As Pensadoras lançado nesta segunda-feira (11), através de uma live que debateu a importância do programa. O Sororidade é uma ação coletiva entre pessoas e organizações que desejam apoiar mulheres em busca da sua formação intelectual.
:: Minicursos contarão histórias de importantes feministas de diversas partes do mundo ::
O lançamento contou com a participação da Cacica Kerexú Takuá, líder indígena Guarani; de Negra Jaque, artista e ativista, fundadora do Galpão Cultural Casa de Hip Hop em Porto Alegre; e Rita de Cássia, professora de Filosofia da Educação e idealizadora do projeto.
Para a Instituição As Pensadoras difundir o real significado e a importância do feminismo, fortalecendo ao mesmo tempo o trabalho de mulheres, é um significativo catalisador de transformações e redução das desigualdades. A organização oferta cursos, palestras, workshops, publica e vende livros de mulheres, todos voltados para discussões em torno dos diversos tipos de feminismos. As capacitações são ministradas por pesquisadoras e professoras brasileiras e latino-americanas, que estudam e possuem amplo conhecimento no estudo de mulheres.
“A informação e o conhecimento são incentivos relevantes na mudança de paradigmas desiguais. Se uma mulher sabe de seus direitos e é informada sobre quais situações não deve se submeter em detrimento do seu gênero, ela saberá se defender, buscar ajuda”, afirmam.
O financiamento coletivo é mensal e está disponível na plataforma do Catarse, há vários preços e opções de contribuição, com diversas recompensas também. Com o dinheiro arrecadado, serão disponibilizadas vagas nos cursos da Escola As Pensadoras para pessoas que não conseguem pagar pelas capacitações da instituição. Receberão as bolsas de estudo mulheres em situação de vulnerabilidade e de grupos minoritários.
:: As Pensadoras oferece curso 'Indígenas Mulheres: Territórios, Direitos, Movimentos e Polítícas' ::
A organização é sem fins lucrativos, e todo o seu dinheiro é usado para custear a administração e o pagamento das professoras. Por meio do projeto Sororidade será possível ofertar cursos para mais mulheres de forma gratuita. O objetivo é alcançar mais pessoas, ajudar ainda mais o entendimento real do feminismo e de seu propósito.
A contribuição pode ser feita a partir de R$ 25,00, confira neste link quais os valores e recompensas.
Sobre o projeto Sororidade
"A palavra vem do latim “soror”, que significa irmã. “Sororidade” é, portanto, “irmandade”, mas, na prática, significa muito mais que isso. Em resumo, a sororidade para As Pensadoras diz respeito a um comportamento prático de aliar-se a outres na busca de formação intelectual e, ainda, acolher, ouvir com respeito e afeto suas questões históricas e sociais", destacam as organizadoras.
O projeto nasceu de forma bastante solidária, no primeiro curso da As Pensadoras, e depois se intensificou no decorrer da formação da escola. Sua primeira ação foi contribuir financeiramente com comunidades de mulheres ribeirinhas da Amazônia, além de disponibilizar cursos gratuitos para mulheres que não podiam pagar.
Por meio dessa prática, As Pensadoras têm possibilitado que mulheres negras, indígenas, de classes populares e em situações de vulnerabilidade social possam acessar conhecimentos de forma igualitária com o apoio daquelas ou daqueles que também acreditam que o conhecimento é fundamental para a libertação da mulher.
"Ensinar outras mulheres sobre os seus direitos e suas potências, formar uma rede de mulheres, levar conhecimento dos femininos é transformador para o mundo. Quanto mais mulheres tiverem acesso a informações, educação e direitos, mais teremos chances de reduzir as desigualdades, ocupar espaços de poder, difundir o trabalho e pesquisa de outras mulheres. Uma levantando a outra."
Confira a live de lançamento do Projeto Sororidade
Sobre as participantes
Kerexú Takuá – Conhecida por Cacica Alice, é uma mulher indígena Guarani em retomada de seu corpo-território. É fundadora e coordenadora do Centro de Referência Indígena do Rio Grande do Sul e também coordena o Levante Indígena Urbano do Rio Grande do Sul e a Rede Indígena POA.
Negra Jaque – Atua como artista e ativista, é mestranda na UFRGS, fundadora e coordenadora do Galpão Cultural Casa de Hip Hop em Porto Alegre. Em julho de 2022 lançou seu mais novo projeto musical, intitulado Linhas de Cura: rap, negritude e outras formas de existir.
Rita de Cássia Machado – Idealizadora e coordenadora do projeto As Pensadoras. Professora de Filosofia da Educação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no campus Tefé. É Sub-coordenadora do Programa de Pós Graduação em Educação em Tefé (PPGED/UEA). Também é membro da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas.
