SAÚDE PÚBLICA

Comunidades em Curitiba exigem criação de postos de saúde e ampliação de atendimento

São denunciadas a sobrecarga de profissionais da Saúde e a defasagem dos dados em relação às áreas de ocupação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
No Moradias Iguaçu, jovens e moradores mobilizam-se semanalmente pelo Posto de Saúde - Povo pelo Povo

Comunidades e associações de moradores na região sul de Curitiba (PR) cobram melhor atendimento e inclusão de posto de saúde nos locais de moradia. Lideranças comunitárias avaliam que a demanda por atendimento em saúde tem crescido.

A capital paranaense tem 108 Unidades Básicas de Saúde (UBS), distribuídas nas dez administrações regionais. Na vila Sabará, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), lideranças comunitárias se movimentam por maior participação nos conselhos locais de saúde. Ao mesmo tempo, reclamam que não têm informações sobre as agendas de reuniões.

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Diante das críticas à ausência de atendimentos, moradores da comunidade do Sabará, na Cidade Industrial, em Curitiba, buscaram diálogo com servidores. “Questionando o atendimento no postinho, resolvemos reunir na associação algumas pessoas, daí a chefe do postinho se colocou à disposição, disse que está disposta a cooperar com o pessoal”, afirma Osmano Reis, liderança da associação de moradores Esperança. 

O presidente da associação de moradores Moradias Sabará, Diego Torres, complementa que “a chefia do posto falou sobre a situação dos e das funcionárias da unidade e se colocou aberta a debater e construir uma agenda nesse sentido, pensando no diálogo entre moradores e funcionários para cobrarmos do poder público”. 

Em resposta ao Brasil de Fato Paraná, sobre a situação no Sabará, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que “a prefeitura está estudando a demanda da região”.  

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Conselhos locais de saúde  

É papel dos conselhos locais de saúde monitorar a execução das ações na área da saúde, para participar da formulação das metas, acompanhando também as verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Oficialmente, estima-se a realização de uma reunião mensal do conselho. 

Fizemos uma comissão [de moradores]. Vamos participar de conselhos municipais de Saúde. Avaliamos que há inchaço no atendimento, decorrente das ocupações ao redor, o que exige toda uma abordagem e aproximação”, diz Diego Torres.  


Moradores de diferentes comunidades do Sabará (CIC) organizando-se para conselho local de saúde / Divulgação

Problemas concretos  

Na avaliação da vereadora Maria Leticia (PV), ginecologista, médica legista e Procuradora da Mulher da Câmara, a sobrecarga de profissionais da Saúde e a defasagem dos dados em relação às áreas de ocupação são fatos concretos. 

A prefeitura resolveu manter a proporcionalidade do atendimento pelo número de moradores das regiões, então em muitas áreas de ocupação não se considera o número correto e muito menos se há aumento de população. Ou seja, eles projetam o atendimento para um grupo muito abaixo da realidade do local”, analisa. 

A vereadora complementa que é preciso maior número de especialistas nas equipes fixas.  

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Moradias Iguaçu

Organizados no movimento popular chamado O Povo pelo Povo, moradores da região do Ganchinho, desde 2022, têm protestado semanalmente pela construção de Unidade de Saúde no local. 

Porque o SUS foi criado para ser Universal (atender todo mundo), Integral (atender tudo, desde a prevenção até o paliativo), Equitativo (usar mais recurso onde precisa de mais, usar menos onde precisa de menos), Descentralizado/Regionalizado (perto de casa e adaptado à região onde atende) e com Participação Social (como nós usamos, nós devemos ter voz nas decisões)”, aponta trecho da “Carta do Povo do Iguaçu à Secretária de Saúde”. 

A assessoria de comunicação da SMS informou que “há previsão de implantação de uma nova unidade de saúde na região” e que a prefeitura “trabalha, no momento, no sentido de viabilizar o projeto e recursos”.  

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini