De uma ponta a outra, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma das mais exitosas e fortes políticas de combate à fome no Brasil.
Criado em 2003, o PAA conecta agricultores familiares, povos indígenas, pescadores artesanais e comunidades tradicionais ao povo pobre das cidades, com entregas de alimentos saudáveis a escolas, creches (cmeis), hospitais e entidades assistenciais. Também gera renda e fortalece as associações e cooperativas dos povos do campo, águas e florestas.
Neste ano, o PAA foi retomado em conjunto com a criação do Programa Cozinhas Solidárias, fruto das mobilizações dos movimentos sociais populares durante a pandemia de Covid-19. Quem opera metade do orçamento do PAA é a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, também responsável por estocar produtos agrícolas e garantir o suprimento alimentar da população, além de apoiar a regulação dos preços dos alimentos.
Nos últimos anos, a Conab e as políticas públicas de segurança alimentar e fortalecimento da agricultura familiar foram desestruturadas por Bolsonaro. Para o orçamento do programa, o ex-presidente havia destinado apenas R$ 2,6 milhões. Lula assumiu e garantiu R$ 500 milhões ao PAA, mas a demanda à Conab foi de R$ 1,1 bilhão.
Somente no Paraná, foi de R$ 51,4 milhões, 8,6 milhões de toneladas de alimentos de 3.400 agricultores e agricultoras (61% de mulheres).
A suplementação desse orçamento é tarefa do governo, com apoio das organizações e movimentos populares. Garantir a força da execução do PAA é combater a fome, gerar renda especialmente para as mulheres agricultoras e fortalecer as cozinhas solidárias.