VIDA LONGA

Ato político celebra aniversário de 5 anos do Armazém do Campo no Rio

“Festival do MST: por Terra, Arte e Pão!” ocorre por todo este final de semana nos Arcos da Lapa e no Circo Voador

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Durante a cerimônia, o Armazém do Campo RJ recebeu uma moção de louvor das mãos da deputada estadual Marina do MST (PT) - Foto: Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

A abertura do aniversário de cinco anos do Armazém do Campo Rio de Janeiro, espaço de comercialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no “Festival do MST: por Terra, Arte e Pão!”, foi marcada por um ato político no Circo Voador, no bairro da Lapa, na capital fluminense, na noite da última sexta-feira (15). Evento reuniu parlamentares, representantes de sindicatos, movimentos sociais e autoridades dos governos federal e estadual.

Durante a cerimônia, o Armazém do Campo RJ, representado pela coordenadora do espaço, Ruth Rodrigues, recebeu uma moção de louvor das mãos da deputada estadual Marina do MST (PT) pelos serviços prestados à população fluminense ao longo desses cinco anos.

“Fico feliz e emocionada por entregar para o Armazém do Campo a moção em louvor de congratulações pelos cinco anos do Armazém do Campo Rio e sua contribuição para a sociedade fluminense e faço isso como a primeira mulher Sem Terra deputada estadual da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro”, celebrou Marina.

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A deputada lembrou de Joaquín Piñeiro, dirigente nacional do MST, que foi um dos responsáveis pela fundação e organização do Armazém do Campo no Rio, além de coordenador político do Brasil de Fato RJ. Kima, como também era conhecido dentro do Movimento, morreu em março de 2021 após uma batalha de seis meses contra o câncer.

Valores

A palavra solidariedade se sobressaiu durante o ato político. Presente em toda história do Movimento de luta pela Reforma Agrária que está prestes a completar 40 anos em 2024, o valor é tido como central pelo Movimento para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

“Durante a pior fase de nossas vidas com uma pandemia que ceifou tantas vidas, sob a gestão de um governo de morte, fundamentalista e negacionista que apostava no nosso silêncio e omissão, nós, trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, doamos toneladas de alimentos. Enquanto o fascismo constrói o ódio como ação, nós ,do MST, efetivamos a vida com dignidade e solidariedade”, enfatizou Ruth Rodrigues.

CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara dos Deputados por deputados bolsonaristas em maio para investigar o Movimento também foi comentada durante o ato político.

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O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, criticou a CPI e lembrou de como o MST colocou em prática o pensamento de Paulo Freire.

“Quando eu vi essa CPI, eu falei para alguns deputados: olha, o Congresso Nacional tem um papel importante, mas o Congresso tem muita coisa para fazer e, sem dúvidas, uma delas não é escrever ou falar sobre o MST, porque quem escreve e fala sobre o MST é o próprio MST que tem a sua história, que tem os companheiros que fizeram com que tudo o que Paulo Freire escreveu e pensou acontecesse de forma real nas escolas com os sem terrinha, nos acampamentos e assentamentos, quem conhece o MST sabe o que Paulo Freire quis dizer sobre educação popular”, ressaltou Freixo.

Já Gilmar Mauro, da coordenação nacional do Movimento, destacou que a forma de acabar com o MST é fazendo a Reforma Agrária, algo que, na avaliação de Mauro, não ocorrerá “de cima para baixo”.

“A forma de resolver o problema do MST não é fazer CPI, isso a gente já sabia, estávamos nos lixando para isso. A forma de acabar com o MST é fazer a Reforma Agrária. No entanto, temos plena consciência que isso não será feito de cima para baixo”, disse o coordenador que ainda ressaltou a necessidade do Estado brasileiro investir cada vez mais para que os alimentos da Reforma Agrária cheguem na mesa da classe trabalhadora. 

“A fome e a miséria campeiam em nosso país, queremos produzir alimentos dos pequenos agricultores, assentados e assentadas para colocar na mesa da classe trabalhadora. Queremos consumir não só em armazéns populares, mas em sacolões populares por todas as periferias e que o Estado brasileiro subsidie”, afirmou.

Entre os presentes no ato político estavam a deputada estadual Renata Souza ( PSOL), a deputada federal Taliria Petrone ( PSOL – RJ), o deputado federal Reimont ( PT – RJ), o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL – RJ), a secretária de estado de cultura e economia criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros, a diretora do Sepe- RJ, Duda Queiroga e a advogada e mãe de Marielle, Marinete Silva.

O “Festival do MST: por Terra, Arte e Pão!” ocorre por todo este final de semana nos Arcos da Lapa e no Circo Voador com oficinas, debates, apresentações culturais e shows. A programação completa está disponível aqui. O evento tem o apoio da Secretaria de Economia Solidária e Desenvolvimento da Prefeitura do Rio.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda