Mais de 6 mil pessoas evacuaram da região de Nagorno-Karabakh para a Armênia após a abertura do corredor de Lachin no último domingo (24). As autoridades da região separatista afirmaram que mais de 120 mil armênios étnicos devem deixar o território.
A região de Nagorno-Karabakh é um enclave separatista de maioria armênia que reivindica independência do Azerbaijão desde 1994. Em 19 de setembro, o Azerbaijão iniciou uma operação militar na região. O risco de uma nova guerra de grande escala acabou resultando em um acordo de trégua em menos de 24h após o início dos ataques. Na prática, foi uma capitulação das forças de Nagorno-Karabakh.
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A situação humanitária no enclave se agravou nos últimos meses com a decisão do Azerbaijão de bloquear o corredor de Lachin, única via de acesso que conecta Nagorno-Karabakh com a Armênia. Com a medida, a população da região separatista teve o fornecimento de alimentos, medicamentos e eletricidade interrompido.
Na semana passada, o embaixador armênio em Genebra, Andranik Hovhannisyan, chegou a acusar o Azerbaijão de promover uma "limpeza étnica" em Nagorno-Karabakh. Em discurso no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o diplomata afirmou que "não se trata de uma simples situação de conflito, mas de um crime contra a humanidade que deve ser tratado como tal".
"A Armênia tem informado constantemente este Conselho sobre a iminência de uma limpeza étnica. Hoje, ela está em curso", declarou o embaixador armênio.
O governo do Azerbaijão argumenta que a ofensiva militar na região separatista foi uma "operação antiterrorista" que exigia a retirada das tropas armênias da região. Yerevan, por sua vez, negou que tivesse forças militares armênias atuando em Nagorno-Karabakh.
Com a liberação do corredor de Lachin no último domingo (24), foi iniciada uma evacuação em massa de armênios do território separatista. De acordo com as autoridades do enclave, "as famílias que ficaram desabrigadas como resultado das recentes operações militares e que desejam deixar a república serão transportadas para a Armênia, acompanhadas por forças de manutenção da paz russas".
Edição: Patrícia de Matos
