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Governo brasileiro pede ‘proteção de direitos’ de armênios da região separatista Nagorno-Karabakh

Itamaraty publicou nota pedindo ‘garantia à segurança da população residente’, além de rejeitar ‘uso da violência'

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Milhares de pessoas se deslocaram nos últimos dias do enclave, no Azerbaijão, em direção à Armênia - ALAIN JOCARD / AFP

O Itamaraty publicou nesta quinta-feira (28/09) uma nota revelando o posicionamento do Brasil com relação ao conflito em Nagorno-Karabakh, com foco no êxodo de mais de 65 mil refugiados armênios dessa região, situação que vem se produzindo desde o último domingo (24/09).

Segundo o governo brasileiro, “o deslocamento de milhares de civis de origem armênia na região de Nagorno-Karabakh e em seu entorno causa grande preocupação, sobretudo em vista de suas graves implicações humanitárias e políticas”.

Nagorno-Karabakh foi alvo de um ataque relâmpago promovido na semana passada pelo governo do Azerbaijão, como forma de intimidação à comunidade armênia local, em função das atividades de grupos que defendem a autonomia da região.

Na nota, o Itamaraty expressou que “o Brasil considera indispensável a garantia à segurança da população residente, bem como a proteção de seus direitos. Também rejeita o recurso à força e à violência com o objetivo de alterar o status político da região”.

“Apenas soluções alcançadas por meio do diálogo e da diplomacia poderão resultar em paz sustentável e prosperidade para toda a região”, afirmou a diplomacia brasileira.

O Itamaraty também salientou que “a situação humanitária e de segurança em Nagorno-Karabakh e entorno seguirá sendo objeto de atenção do Brasil, em coordenação com os demais membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, especialmente em vista da iminente assunção da presidência rotativa do órgão pelo país, em 1º de outubro”.

Horas antes da publicação da nota brasileira, o premiê da Armênia, Nikol Pashinyan, pediu apoio internacional aos refugiados, contra o que chamou de “limpeza étnica” dos cidadãos armênios em Nagorno-Karabakh.

Fim da "República de Artsakh"

Enquanto isso, os grupos armênios que defendiam a independência da região de Nagorno-Karabakh do resto do Azerbaijão anunciaram que abandonaram essa reivindicação.

Em um comunicado, o líder rebelde Samvel Shajramanian disse que “a partir de janeiro de 2024, a República de Artsakh (Nagorno-Karabakh) deixará de existir”.

A decisão implica no fim de mais de 30 anos de conflito entre a comunidade armênia, que constituía a maioria da população de Nagorno-Karabakh, e o governo do Azerbaijão.

*Com informações de TeleSur.