Após uma breve trégua com dias ensolarados, as chuvas voltam ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira (3). É o que indica a meteorologia. Ao longo da semana, chuvaradas e temporais irão se espalhar por todo o Sul do Brasil, segundo previsão da MetSul Metereologia.
Retornam também as preocupações depois que as enchentes no Vale do Taquari deixaram um saldo de 50 mortos e, em Porto Alegre, as comportam que protegem e centro da cidade tiveram que ser fechadas para travar o avanço das águas do Guaíba.
“Chuva excessiva em SC e PR”
“Chuva excessiva a extrema trará enchentes em Santa Catarina e Paraná”, advertem os meteorologistas. Sua avaliação sublinha que “volumes excessivamente altos” de precipitações devem ocorrer nos dois estados nos primeiros dez dias de outubro, um mês que será “excepcionalmente chuvoso”.
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A projeção é que, como registrou o Rio Grande do Sul em setembro, os dois estados recebam um outubro “de precipitação extrema e muitíssimo acima do normal para os padrões da climatologia histórica do mês”. Avalia-se que haverá “uma sucessão de episódios de chuva excessiva a extrema”, alimentando o volume e elevando o nível dos rios, o que resultará em enchentes em áreas urbanas e rurais.
“Raios, temporais e granizo”
No território gaúcho, uma área de baixa pressão no Nordeste da Argentina instabilizará o tempo da tarde para a noite de terça-feira, provocando chuva em várias regiões, especialmente da Metade Oeste. Também “há risco de chuva localmente forte com raios e possibilidade de temporais isolados, sobretudo de granizo”.
A quarta-feira terá chuva em todas as regiões do estado, que será de “forte a torrencial” em muitos municípios, com volume elevado em curto espaço de tempo e grande possibilidade de alagamentos. Virá com “muitos raios e com temporais isolados de vento e granizo”. Da tarde para a noite de quarta, porém, o tempo irá melhorar gradativamente.
O protesto do povo das ilhas
Em Porto Alegre, o tempo estável dos últimos dias está permitindo, até agora, um vagaroso retorno do Guaíba aos seus níveis normais. O monitoramento da Defesa Civil gaúcha indicava um recuo de 2,64 metros à zero hora para 2,57m às 8h de hoje (2), na régua do Cais Mauá, centro da cidade. O nível de transbordamento é de três metros.
A população das ilhas fronteiras à cidade foi quem mais sofreu com as cheias. Além de desalojados ou ameaçados pelas águas, os moradores ficaram 16 dias sem energia elétrica. E não apenas por não poderem usar seus eletrodomésticos.
Na ausência de luz, surgiu outro perigo: eles se queixaram de que, na escuridão, não conseguiam enxergar as cobras que, também deslocadas pela enchente, acabavam entrando nas suas casas. Indignados com a situação, 40 deles bloquearam a rodovia BR-290 no domingo (1). A luz voltou no final da noite.
