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Lula pede apoio ao presidente do Egito para saída de 28 brasileiros que estão na Faixa de Gaza

Grupo aguarda liberação da fronteira em casa alugada pelo governo; conversa entre os presidentes ocorreu neste sábado

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Metade dos integrantes do grupo que está hospedado em Rafah, ao lado da fronteira com o Egito - Arquivo familiar

O presidente Lula conversou na tarde deste sábado (14) com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, para pedir apoio à retirada dos brasileiros que tentam sair da Faixa de Gaza.

Um grupo com 14 crianças, oito mulheres e seis homens adultos, aguarda a liberação da fronteira egípcia para voltar ao Brasil. Pelo menos 16 deles seguem hospedados em uma casa em Rafah, no sul de Gaza, nas proximidades da fronteira com o Egito. 

Na conversa por telefone, segundo o Planalto, Lula explicou que assim que os brasileiros cruzarem a passagem de Rafah serão acompanhados pelo embaixador do Brasil no Egito até o Aeroporto de Arish. No local, os cidadãos seguem em aeronave da Força Aérea Brasileira com destino ao Brasil.

Os presidentes também concordaram, de acordo com o comunicado, com a urgência em se permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e reafirmaram a defesa da solução de dois Estados e acordaram manter consultas frequentes sobre a crise em curso.

Brasileiros na Faixa de Gaza

Segundo o governo, os brasileiros estão em uma casa alugada “a uma caminhada de distância do posto de fronteira com o Egito”. Antes da hospedagem, o grupo estava na escola católica Rosary Sisters, no norte de Gaza, e seguiu em um ônibus fretado pelo governo federal até Khan Yunis, no sul, percorrendo 25 quilômetros. Outras 12 pessoas também aguardam a logística de retorno de Gaza para o Brasil.    

Os 16 brasileiros estavam, ainda neste sábado, em uma área de maior tensão sob os ataques israelenses. O transporte e hospedagem possibilitou, de acordo com o informe, “uma estrutura simples, mas digna e com espaço para todos descansarem até o momento de seguirem a logística de retorno”.

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"Ali eles ficarão aguardando tranquilamente o momento de passar, quando a fronteira se abrir. Uma enorme diferença em relação à tensão e às bombas de onde estavam até hoje pela manhã", disse o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia. "Graças a Deus eles estão longe da parte mais intensa dos bombardeios”.

O objetivo é aguardar a abertura da fronteira para o acesso a aeronave da Presidência da República, que deve sair do Egito. O modelo destacado é um VC-2 da Embraer, com 40 lugares.

O Planalto ainda informa que segue em articulações com autoridades palestinas, egípcias e israelenses para viabilizar a logística de repatriação, dentro da Operação Voltando em Paz. A iniciativa já permitiu o retorno de 916 brasileiros e 24 animais de estimação, em cinco voos da Força Aérea Brasileira (FAB), que saíram de Tel Aviv, em Israel. 

Em comunicado anterior, o embaixador do Brasil em Israel, Fred Meyer afirmou que equipes estão mobilizadas 24 horas para garantir que todos os brasileiros que tenham interesse em voltar tenham seu desejo atendido. "Todos os que quiserem sair, sairão. Essa é a ordem do presidente Lula”, afirmou Meyer.

Edição: Geisa Marques