Tensão EUA e Rússia

Em resposta à presença dos EUA no Oriente Médio, Putin anuncia que caças russos patrulharão Mar Negro 

Após agravamento da crise entre Israel e Palestina, EUA enviaram porta-aviões ao Mar Mediterrâneo para monitorar região

São Paulo |
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reunido com jornalistas o Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional em Pequim, em 18 de outubro de 2023. - Grigory Sysoev / POOL / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (18) que as aeronaves militares russas MiG-31 iniciarão o "patrulhamento contínuo" do espaço sobre o Mar Negro. A fala foi feita em uma coletiva de imprensa durante sua visita oficial à China. 

Em particular, ele enfatizou que essas aeronaves estão armadas com sistemas de mísseis hipersônicos Kinzhal. Quando tal aeronave decola na Ucrânia, geralmente é anunciado um aviso de ataque aéreo. “Isto não é uma ameaça, o que direi agora”, alertou Putin.

De acordo com ele, as forças espaciais militares russas vão começar a patrulhar a zona neutra do espaço aéreo sobre o Mar Negro em uma base permanente

"Nossas aeronaves MiG-31 estão armadas com sistemas Kinzhal. Sabe-se que [estes sistemas] têm um alcance de mais de mil quilômetros", destacou o líder russo.

Vladimir Putin fez o anúncio em conexão com a decisão dos EUA de enviar dois porta-aviões ao Mar Mediterrâneo. De acordo com ele, Washington está interferindo cada vez mais nos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

"Exercitaremos controle visual, controle com armas, do que está acontecendo no Mar Mediterrâneo", disse Putin.

No último 14 de outubro, os EUA enviaram dois novos porta-aviões para o leste do Mar Mediterrâneo. De acordo com autoridades dos EUA, o motivo do envio dos porta-aviões foi o fato de que Israel se prepara para expandir as suas operações em Gaza.

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Ele também comentou sobre o fornecimento de mísseis norte-americanos ATACMS de longo alcance à Ucrânia, confirmado por Kiev e Washington na última terça-feira (17). Segundo Putin, tais fornecimentos apenas prolongarão a "agonia" da Ucrânia. 

O presidente russo aproveitou o encontro com o líder Xi Jinping para afirmar que a relação entre China e Rússia tem sido fortalecida pelos conflitos e as ameaças no mundo.

“A confiança política mútua entre nossos países tem se aprofundado. A coordenação estratégica tem sido estreita e eficaz. Os volumes de comércio bilateral alcançaram um recorde. E estamos avançando rumo ao objetivo de 200 bilhões de dólares que fixamos de forma conjunta”, afirmou.

A administração dos EUA, no entanto, explicou que o porta-aviões e a força que o acompanha não estão lá para se envolver em atividades de combate em nome de Israel, mas sim para dissuadir outros de entrar no conflito, incluindo o Hezbollah.

"Não há intenção ou plano de colocar tropas americanas no terreno em Israel", disse John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional. 

Edição: Leandro Melito