Mobilização

Petroleiros iniciam calendário de paralisações nesta sexta-feira (27)

Categoria rejeitou contraproposta de acordo coletivo sugerido pela Petrobras

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
De acordo com a FUP, a empresa não atendeu demandas como a reposição de 3,8% das perdas salariais passadas - Divulgação FUP

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e os sindicatos associados iniciam nesta sexta-feira (27) uma série de paralisações nas unidades da Petrobras em todo o país como resposta ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentado pela estatal.  

Por unanimidade, os trabalhadores do Sistema Petrobras rejeitaram a contraproposta de acordo sugerido pela empresa e aprovaram um cronograma de paralisações. As suspensões do trabalho começam nas refinarias e usinas termelétricas (UTEs), nesta sexta. Na próxima segunda (30), as mobilizações serão realizadas nas subsidiárias. Na terça-feira (31), nas unidades administrativas. Na quarta (1º), ocorre a adesão dos trabalhadores das áreas de exploração e produção (E&P). 

De acordo com a FUP, apesar da contraproposta da Petrobras avançar em determinadas reivindicações sociais da categoria, a empresa não atendeu demandas como a reposição de 3,8% das perdas salariais passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias. Os trabalhadores também reivindicam um ganho real de 3%. Mas a empresa propôs apenas 1%. 

Os trabalhadores também reivindicam: pagamento das horas-extras retroativamente ao período anterior à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); anistia para sindicalistas e grevistas demitidos durante o governo anterior; preservação dos empregos; garantia de ambientes de trabalho seguros; melhoria na qualidade de vida nas unidades industriais; e o término dos afretamentos de plataformas e navios. 

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Em nota publicada no site da FUP, a federação afirma que “é inadmissível uma empresa com resultados extraordinários, como a Petrobras, continuar sacrificando os trabalhadores, enquanto os acionistas se apropriam da riqueza coletiva”.  

“A política do governo anterior de dilapidar a empresa para gerar rentabilidade máxima ao mercado financeiro teve consequências nefastas para o país e para os trabalhadores, que ainda sofrem as consequências desse projeto. Vide o gravíssimo quadro de sofrimento mental, assédios, doenças ocupacionais e insegurança que afeta a categoria”, afirma a federação de trabalhadores.  

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No segundo trimestre deste ano, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões. O montante representa um recuo de 47% em relação ao segundo trimestre do ano passado.  

A empresa justificou o recuo diante da queda do preço internacional do barril de petróleo. Entre abril e junho deste ano, o preço médio do petróleo tipo Brent se fixou em R$ 78,39 dólares por barril, o que significou uma queda de 31,1% em relação ao mesmo período de 2022. 

Edição: Vivian Virissimo