19 morreram

Às vésperas dos 8 anos do rompimento de barragem em Mariana (MG), moradores protestam na sede da BHP Billiton na Austrália

Ato denunciou os prejuízos sociais, econômicos e ambientais provocados pela mineradora BHP Billiton

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Manifestantes levaram amostras da água contaminada à sede da empresa na Austrália - Divulgação/MAB

A poucos dias de se completarem oito anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou 19 mortes e prejuízos sociais, econômicos e ambientais, um protesto junto à sede da empresa BHP Billiton, em Adelaide (Austrália), chamou atenção para os danos cometidos pela empresa, uma das responsáveis pelo derramamento (ao lado da Vale, a BHP controla a Samarco).

O ato, na última quarta-feira (1º), reuniu quilombolas, moradores do distrito de Bento Rodrigues e outros atingidos pela lama que castigou a bacia do Rio Doce. Além da proximidade com o 5 de novembro (dia em que aconteceu o rompimento, em 2015), a data do ato foi escolhida para coincidir com a assembleia anual da BHP Billiton.

Os participantes do protesto levaram garrafas com a água poluída pelos rejeitos do rompimento e entregaram aos acionistas da empresa. Também foram levadas fotos e cartazes para cobrar reparação e justiça pelas 19 pessoas mortas e pelos milhares de outros atingidos.

O rompimento da Barragem do Fundão, em novembro de 2015, despejou 43 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos na bacia do Rio Doce. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), mais de um milhão de pessoas lidam desde então com doenças, escassez de água e perda de áreas para pesca, caça e agricultura.


Manifestantes levaram cartazes com fotos das vítimas fatais para pressionar acionistas da BHP / Divulgação/MAB

A ação faz parte da Campanha Revida Mariana, criada para expor a negligência e o descaso da BHP e da Vale com as pessoas atingidas pelo derramamento. O MAB, que atua junto aos atingidos, afirma que as empresas não reconhecem todas as vítimas e oferecem indenizações insuficientes.

A BHP é alvo de uma ação na justiça britânica, movida pelo escritório internacional Pogust Goodhead. Mais de 700 mil pessoas são representadas, entre atingidos, indígenas, quilombolas, municípios, empresas, igrejas e concessionárias de serviços públicos. O julgamento está previsto para acontecer em outubro de 2024, e a soma das indenizações estimadas é de R$ 230 bilhões.

Edição: Vivian Virissimo