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Central dos Movimentos Populares elege nova diretoria e quer 'reconquistar' quem votou com bolsonarismo

Congresso da CMP celebrou 30 anos da entidade em evento realizado em Salvador no último final de semana

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Na parte de baixo da imagem, Raimundo Bonfim, reeleito coordenador nacional, levanta seu crachá - Divulgação/CMP

Durante o VII Congresso da Central de Movimentos Populares (CMP), realizado em Salvador (BA), no último final de semana,  foi eleita a nova diretoria que vai articular as 4 mil organizações que compõem a articulação.

Raimundo Bonfim foi reeleito coordenador nacional, junto com mais 41 dirigentes nacionais e oito suplentes.

O evento de quatro dias contou com a presença dos ministros Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); Marcio Macedo, da Secretaria da Presidência da República, e Cida Gonçalves, das Mulheres.

Além dos três, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), participou do evento.

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Uma das eleitas, Neide Carvalho, que é também coordenadora geral da CMP no Piauí, afirmou ao Brasil de Fato que um dos principais objetivos da nova gestão é criar possibilidade de diálogo com a população que votou em Jair Bolsonaro (PL) nas duas últimas eleições

“Temos que entender que alguns que na eleição votaram em Bolsonaro foi porque, realmente, não tinha informação e que, agora, a gente precisa trazer esse povo para estar do lado da gente. Agora eles enxergaram, estão vendo que não foi legal, que não foi correto e que tem que estar aqui junto da gente”, afirmou em entrevista ao programa Bem Viver desta sexta-feira (3).

O Congresso da CMP reuniu mais de 500 delegados de 21 estados do país. Os participantes realizaram debates, assistiram a palestras, trocaram experiências e comemoraram os 30 anos de fundação da entidade.

Neide Carvalho celebra que, após três décadas de atuação, a articulação segue se renovando e empolgando jovens a participarem dos debates. Segundo ela, a nova direção eleita se destaca pela participação de quadros mais jovens e também pela diversidade de pessoas.

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“Dentro dessa direção temos homens e mulheres, presença de indígenas, quilombolas, pessoas LGBTQIA +, além da juventude que está chegando forte”. 

“A molecada brincou até que ia lançar uma terceira chapa composta só pela juventude”, brinca a dirigente.

Para Neide Carvalho, em paralelo a essa conversa com eleitores de Bolsonaro, a CMP vai seguir reivindicando a prisão do ex-presidente.

“Uma palavra de ordem muito forte que os delegados e as delegadas ecoavam em todo momento na plenária era justiça e a justiça só vai ser feita quando for declarada a prisão de Bolsonaro”, defendeu a dirigente. 

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“A gente tirou uma plataforma de luta onde foi reafirmado de continuar o combate ao fascismo, de continuar lutando pela questão dos direitos e garantir que todas as pessoas tenham igualdade”.

Outro ponto que estará no centro das discussões é a respeito dos debates no Congresso Nacional. 

“A gente tem aí, infelizmente, no Senado e na Câmara Federal, uma presença forte do Centrão, fazendo balcão de negócios e a gente sabe disso.”

Apesar do entendimento de que “somos e vamos caminhar ao lado do governo do presidente Lula”, durante o Congresso, foi emitida uma nota de repúdio a saída de Rita Serrado da presidência da Caixa, no dia 25 de outubro.

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Para seu lugar, foi nomeado Carlos Antônio Vieira Fernandes, economista de carreira  da instituição e apontado como aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A troca sacramentou uma negociação que se arrastava há meses entre o governo Lula e Lira para garantir maior apoio às pautas de interesse da administração petista na Câmara dos Deputados. 


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Edição: Vivian Virissimo