Após cinco semanas vivendo na zona de guerra, os brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza e pediram para ser transportados para o Brasil embarcaram na manhã desta segunda (13). O avião da Presidência da República decolou do Egito e chega a Brasília no final da noite, após paradas técnicas em Las Palmas, na Espanha, e Recife, trazendo a bordo 32 passageiros: 17 crianças, nove mulheres e seis homens.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que recepcionará os brasileiros no momento de sua chegada ao país. "À noite, vou receber os brasileiros e parentes palestinos que chegam ao Brasil de Gaza", postou Lula no X (antigo Twitter) na manhã desta segunda.
A segunda-feira começa com muito trabalho. Reunião com ministros, cerimônia de sanção do projeto de lei que atualiza a Lei de Cotas e, à noite, vou receber os brasileiros e parentes palestinos que chegam ao Brasil de Gaza. Bom dia e uma ótima semana para todos.
— Lula (@LulaOficial) November 13, 2023
Na chegada ao Brasil, ficarão dois dias hospedados em Brasília para descanso numa estrutura da FAB (Força Aérea Brasileira). O governo federal promete oferecer serviços de abrigo para aqueles que não têm familiares no Brasil, que equivalem a quase metade do grupo, além de documentação, alimentação, apoio psicológico, cuidados médicos e imunização.
Desde que cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito, no domingo, os passageiros (22 brasileiros e dez palestinos familiares) foram transportados em vans até Al-Arish, onde almoçaram e tiveram um rápido momento de lazer na praia. Chegaram ao Cairo à noite, foram recepcionados por equipes médicas e de psicólogos, jantaram, dormiram e embarcaram nesta segunda, acompanhados por equipes da diplomacia nacional.
Não há prazo de validade para o atendimento aos repatriados. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça. “Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados”.
Com mais essa viagem, a Operação Voltando em Paz completa 1.477 cidadãos resgatados na zona de conflito, a maior parte em Israel, uma logística que envolveu cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros).
Segundo a diplomacia brasileira, as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança na região de Gaza. Por isso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enfatizou neste domingo a intenção do governo de voltar a buscar, no Conselho de Segurança da ONU, medidas que possam conduzir a pausas humanitárias e ao fim das hostilidades na região. Essa necessidade de minimizar as mortes da população civil palestina tem ganhado o apoio de potências mundiais, inclusive os Estados Unidos, tradicionais aliados de Israel.
Edição: Leandro Melito
